COMUNICAÇÃO
Defensoria de Vitória da Conquista participa de diálogo com mulheres quilombolas
Oferecer formação, integração e articulação das lideranças femininas em torno da temática “Identidade da mulher negra, quilombola e trabalhadora rural”. Este foi o objetivo do "1º Encontro das Mulheres Negras - Construindo uma história de autonomia e protagonismo", que contou com a participação da 2ª Defensoria Pública Regional – Vitória da Conquista. O evento aconteceu nos dias 24 e 25 de outubro no Espaço Conquista Criança.
A defensora pública Paula Almeida participou da mesa de abertura do encontro onde explicou sobre o papel institucional da Defensoria Pública, suas atividades e seu trabalho na área de proteção à mulher vítima de violência doméstica e familiar. A presença da defensora também se deu no GT: Relações de Gênero e a Mulher Quilombola, onde esteve fomentando discussões sobre questões raciais e de gênero no âmbito da violência doméstica e familiar contra a mulher quilombola.
Segundo a defensora, aqueles que estiveram no GT dialogaram sobre a realidade nas comunidades quilombolas e sobre como se dão suas relações familiares. Durante o grupo de trabalho, Paula Almeida falou sobre os órgãos estatais, incluindo a Defensoria Pública, que a mulher quilombola pode procurar, caso necessite ter seus direitos assegurados. “Geralmente, as comunidades quilombolas têm líderes que discutem os problemas acometidos pelo grupo e tentam resolvê-los em conjunto. Mas, se a mulher não conseguir resolver as questões dentro da comunidade, pode vir a procurar os órgãos do Estado”, explicou Paula.
Diálogo - De acordo com Jô Brandão, representante da Coordenação Nacional de Quilombolas (CONAQ), o acesso às políticas de combate à violência doméstica e familiar chega em um nível muito baixo à mulher quilombola. “Existe uma desinformação tanto da mulher quilombola no que diz respeito às políticas de proteção aos seus direitos quanto das próprias políticas, que tem um desenvolvimento mais voltado para a mulher urbana”, declarou a representante.
Para ela, órgãos como a Defensoria Pública podem contribuir para a defesa dos direitos das mulheres quilombolas, através da criação de mecanismos que visem a compreensão das mulheres sobre seus próprios direitos e a busca de sua autonomia. “Acredito que o processo deve ser feito de forma compartilhada, através do estabelecimento de um diálogo com o movimento social organizado e, neste caso mais especificamente, com as mulheres quilombolas”, salientou Jô Brandão. De acordo com a representante, a abordagem feita pelos órgãos públicos precisa ganhar a confiança e a intimidade das mulheres, além de conhecer e respeitar a sua realidade.