COMUNICAÇÃO

Defensoria e Cedeca apresentam Projeto pelo Esporte Ético, Seguro e Inclusivo a Ministra

08/09/2011 20:55 | Por

A defensora geral do Estado da Bahia, Célia Padilha, a subcoordenadora da Infância e Juventude da Defensoria, Hélia Barbosa e a co-fundadora do Centro de Defesa da Criança e do Adolescente Yves de Roussan (Cedeca-Ba), Cida de Roussan, reuniram-se nesta segunda (5), com a ministra da Secretaria Especial de Direitos Humanos (SEDH), Maria do Rosário, em Brasília, para apresentar o projeto "Pelo Direito ao Esporte Seguro, Inclusivo e Ético", que prevê a elaboração de pesquisa com foco na garantia e defesa dos direitos das crianças e de jovens ao esporte seguro, ético e inclusivo quando da realização dos megaeventos esportivos que acontecerão no Brasil nos próximos anos.

Em parceria também com o Unicef, inicialmente, a pesquisa será aplicada nas 12 cidades que sediarão a Copa do Mundo, por conta da mobilização nacional em torno do esporte. Serão avaliadas as diferentes estratégias de acesso e permanência ao esporte e lazer entre meninos e meninas, contemplando-se as questões de gênero, raça, classe social, orientação sexual e capacidade física, além da identificação de possíveis violações relacionadas a questões de violência, abuso, exploração sexual, laboral e comercial, separação familiar, comprometimento da educação formal e saúde, dentre outros. Apresentado à SEDH, a chefe de gabinete da Ministra, Salete Valesan, identificou a pertinência do projeto ao momento da Secretaria. "Neste campo da infância, a Secretaria se encontra em um momento de desenvolver a reorganização da rede de Proteção à Criança e ao Adolescente, dialogando com os municípios, buscando aprovação de projetos de Lei. Há um trabalho sendo desenvolvido para proteger os direitos deste público durante e após estes eventos esportivos, como instalação de Conselhos Tutelares próximos aos centros esportivos, portanto este projeto chega num momento muito oportuno para que possamos discutir outras ações", frisou Valesan. A ministra, Maria do Rosário também mostrou-se receptiva à ideia. "Temos discutido com outros ministérios ações transversais, nas quais temos contemplado a questão do acesso à Justiça e do fortalecimento deste Sistema no país. Com certeza este projeto é muito bem vindo e vamos analisar de que forma poderemos apoiar esta importante iniciativa", disse.

Para a defensora geral, Célia Padilha, o público mais violado é, sem dúvida, aquele que busca as Defensorias Públicas. "Os riscos de irregularidades quanto aos direitos das crianças e dos adolescentes nestas práticas esportivas existem e, portanto, devemos estar atentos. Em sua maioria, as violações ocorrem com um público mais vulnerável economicamente, que precisa de defesa", disse a defensora geral. Para além dos megaeventos como a Copa do Mundo 2014, a Copa das Confederações em 2012 e as Olimpíadas em 2016, o trabalho deverá ter seus resultados perenizados. "A intenção é fazer algo que de fato fique no país como um diagnóstico destas violações, de modo a referenciar atuações preventivas das instituições, do governo e da sociedade. Esta iniciativa é pioneira pois não há, no país, estudo semelhante já feito ou em andamento", pontuou Cida de Roussan, do Cedeca-Ba.

Com a participação da Defensoria Poública, legislações, normas, portarias e demais protocolos legais que versem sobre a proteção das crianças e adolescentes nesta área serão mapeados para a construção de um marco legal, com análise jurídica comparativa do que vem acontecendo e o que preconizam as leis. "Há uma grande preocupação quanto a este tema em todo país, mas não há um estudo específico sendo feito. Elaboraremos uma Cartilha explicativa para que possamos dotar as famílias, as instituições, centros esportivos e governo de informações quanto ao tema de modo a prevenir possíveis violações", afirmou a subcoordenadora da Infância e Juventude, da Defensoria Pública, Hélia Barbosa.

Pesquisa - Com a execução do Projeto, será feito um diagnóstico com 476 pessoas em 12 cidades brasileiras(Rio de Janeiro, São Paulo , Belo Horizonte , Porto Alegre , Brasília , Cuiabá , Curitiba , Fortaleza , Manaus , Natal , Recife e Salvador) entre crianças e adolescentes integrantes de programas esportivos, crianças excluídas de projetos, pais, dirigente de clubes, representantes de programas governamentais, representantes de federações esportivas, representantes de ONGSs esportivas, representantes de grupos privados com projetos esportivos, crianças e adolescentes indígenas,médicos, professores, atletas ex atletas e atletas residentes no exterior.