COMUNICAÇÃO
Defensoria forma primeira turma de defensores e defensoras populares em Ilha de Maré
Curso capacitou 23 pessoas como multiplicadores de direitos na comunidade
Vinte e quatro jovens residentes na Ilha de Maré estão capacitados para serem defensores populares. O curso, promovido pela Defensoria Pública do Estado da Bahia – DPE/BA em parceria com o Grupo de Apoio à Prevenção à Aids da Bahia – GAPA, levou esclarecimento jurídico ao grupo. A cerimônia de formatura, realizada nessa quinta-feira, 20, na Associação Beneficente Educacional e cultural de Ilha de Maré, contou com a presença do defensor público geral do Estado, Clériston de Macedo, e da subcoordenadora da Especializada de Direitos Humanos da DPE/BA, Eva Rodrigues.
De acordo com a defensora pública Eva Rodrigue, a parceria com o GAPA, inicialmente uma cooperação técnica e política que visava prestar atendimento jurídico no local, sofreu modificações quando identificadas as deficiências e dificuldades por quais passava a comunidade. Para isso, tomou-se como base o Curso de Defensoras Populares realizado pela Defensoria, através da sua Escola Superior com ênfase em violência doméstica e empoderamento feminino. " O curso é uma forma de propagação dos direitos do cidadão a partir de agentes membros da própria comunidade. Desta forma, eles educam uns aos outros e a nossa ação tem efeito a longo prazo ", explicou.
O defensor-geral, Cleriston de Macêdo ressaltou que ações como esta são importantes porque formam agentes multiplicadores dentro da própria comunidade. "Continuem aprendendo e propagando os seus direitos para que possam cobrar ações dos órgãos responsáveis", sugeriu Macêdo aos formandos.
Foi buscando conhecimento que o estudante Ericson Souza santos, 17, resolveu integrar a turma de defensores populares da Ilha de Maré. Ele afirmou ter se sentido lesado em diversas situações por desconhecimento do que era certo e errado e resolveu que deveria fazer algo a respeito. "Eu não sabia muitas coisas, não lia documentos antes de assinar. As coisas que eu aprendi aqui eu vou ensinar pros meus colegas", afirmou.
A pedagoga e coordenadora da Associação Beneficente Educacional e Cultural de Ilha de Maré, Celma Jesus de Souza, realiza um trabalho de educação e cidadania no local há 12 anos e foi uma importante parceira, não somente em ceder o espaço para realização das aulas, mas também na tarefa de fazer a ponte e atrair os jovens para o projeto. "Estamos carentes de tudo aqui. Nosso papel é oferecer a estes jovens ferramentas para que eles possam exigir e conquistar melhores condições de vida".