COMUNICAÇÃO
Defensoria garante trabalho remoto às lactantes da instituição mesmo após retorno ao presencial
Decisão não impõe idade limite da criança amamentada. “Isso é reconhecer a importância do aleitamento materno”, diz coordenadora da Especializada de Direitos Humanos
A imagem de uma mãe amamentando é linda, exala amor e afeto. Para as lactantes, porém, longe de ser apenas isso. Mãe de Beatriz, 3 anos, e Lia, 1 ano e nove meses (as duas mamam), a defensora pública Luanna Ramalho considera a lactância, além de tudo, um trabalho. “Precisamos parar de romantizar a amamentação, não é fácil, nem sempre prazeroso. É muito difícil para a mulher amamentar nos dias de hoje”.
Luanna é uma das lactantes da Defensoria que ficaram aliviadas depois que, mesmo com o retorno das atividades presenciais na Instituição, a Portaria nº 308/2020 incluiu nos grupos de risco as mulheres que amamentam. A determinação permite que quem faz parte desses grupos continuem suas atividades de forma remota, caso desejado. As lactantes podem, então, trabalhar de casa independentemente da idade da criança amamentada.
Para Luanna, existe uma grande dificuldade na amamentação atualmente, pois depende muito de que a mulher e sua rede de apoio tenham acesso à informação. Por isso, se faz necessário a elaboração de políticas públicas. Luanna também é responsável pela idealização do projeto Mamaço Virtual, promovido pela defensoria com o intuito de visibilizar as mulheres em período de amamentação. Uma forma delas exercerem o direito sobre seus corpos. O 7º Mamaço será na próxima terça-feira (24) com o tema “Sexualidade no puerpério”.
A Coordenadora de Direitos Humanos da DPE-BA, Eva Rodrigues, mãe de Amora, de 2 anos e 7 meses, vê a atuação da Defensoria como um passo importante na concretização de uma política institucional de equidade de gênero. “Apoiar as mães, mantendo-as em trabalho remoto durante a pandemia, para que sigam amamentando suas crias, é reconhecer a importância do aleitamento materno”, avaliou Eva. Quando surgiram eventuais questionamentos sobre até qual idade seria considerada a lactância, a coordenação de Direitos Humanos atuou na garantia do direito dessas mulheres de permanecerem em trabalho remoto. Além das defensoras Luanna e Eva, confira nas nossas redes sociais. (@defensoriabahia) as fotos e os depoimentos de outras seis mães da Defensoria que estão amamentando no home office.
Segundo o defensor público geral da Bahia, Rafson Ximenes, desde o primeiro retorno das atividades, em novembro, o Comitê de Crise da DPE/BA chegou ao entendimento que, em um período de incertezas, as lactantes e gestantes deveriam ter uma proteção maior. “Tivemos uma influência muito grande do trabalho permanente feito pelas mulheres da Defensoria em sensibilizar a gente sobre a existência de obstáculos maiores que elas enfrentam, principalmente em uma sociedade como a nossa, extremamente patriarcal e machista. O dilema das mulheres que passam pela maternidade e gravidez sempre foi colocado e estava muito vivo em nossa mente.” explicou.