A esperança é o sonho do homem acordado. A frase, de Aristóteles, citada logo no começo da solenidade de inauguração da Central de Atendimento a Presos em Delegacia (Capred), na sede da Defensoria Pública (Canela), deu o tom do evento na manhã de hoje, quarta, 10. Serviu de inspiração para os discursos das autoridades presentes, assim como introduziu a sequência de imagens em data show com as peças publicitárias da campanha que será realizada pela Defensoria Pública da Bahia, a partir deste final de semana, para divulgar os serviços que começam a ser prestados.

"Defendemos aqueles que mais precisam crer que as instituições existem. São pessoas humanas e precisam de gestão para se sentirem humanas", disse a defensora pública-geral, Tereza Cristina Almeida Ferreira, sobre a principal motivação do trabalho a ser realizado, que vai oferecer assistência jurídica gratuita aos presos, nas unidades policiais, que não tiverem condições de pagar advogado.

A parceria e apoio na iniciativa da Defensoria transpareceram dos discursos e presenças no evento. O primeiro a falar foi o assessor Emiliano José, que representou o governador Jacques Wagner, e ressaltou a importância do papel da instituição na defesa dos direitos dos presos, o que é fundamental para a democracia.

Na sequência, o delegado-chefe Joselito Bispo mostrou-se feliz com esta inauguração, relembrando a situação crítica presente nas delegacias de Polícia com a população carcerária. "Assim poderemos ter uma convivência mais saudável com os presos. A Capred poderá reduzir os levantes, pois eles não estarão desassistidos", pontuou, acrescentando que é imprescindível a parceria com a Defensoria, pois, segundo ele, a sociedade está cobrando respostas e estas não podem vir apenas da Polícia Civil.

A vontade de ampliar a parceria também foi demonstrada pelo secretário da Segurança Pública, César Nunes, que, em breves palavras, enfatizou que esta ação é um respeito aos direitos humanos. A secretária da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos, Marília Muricy, falou do comprometimento da Defensoria com a causa, ressaltando o pioneirismo desta central.

O momento dos pronunciamentos foi finalizado pela defensora pública-geral, que conduziu o descerramento da placa inaugural. Após a solenidade, houve visitação à sede da Capred, que vai contar com o trabalho de 3 defensores públicos e 10 estagiários, sendo coordenada pelo subdefensor público-geral, Clériston Cavalcanti, e monitorada pelo defensor Maurício Saporito. A equipe visitará as delegacias da capital. No interior, as inspeções ocorrerão através dos defensores que atuam nas comarcas. A intenção é fazer valer os direitos da pessoa humana.

Em Salvador, a central vai funcionar 24 horas, durante feriados e finais de semana, recebendo, também, os autos de flagrante que serão encaminhados a Central de Atendimentos a Flagrantes. A Capred concretiza uma meta da instituição, criada através de ato do seu Conselho Superior, com o objetivo de combater a superlotação carcerária e viabilizar o acesso dos presos aos seus direitos.