COMUNICAÇÃO
Defensoria inicia projeto com vistas a atendimento humano e de excelência
O projeto Quali DPE tem o objetivo de humanizar o atendimento dos assistidos a partir de maior cuidado com e entre funcionários nas práticas de trabalho
Cuidar bem de si e dos relacionamentos no trabalho para oferecer o melhor atendimento aos seus assistidos. Este pode ser o sumário do projeto Quali elaborado pela Defensoria Pública do Estado da Bahia – DPE/BA e iniciado nesta sexta-feira, 18, em atividade com funcionários e estagiários no auditório da Escola Superior da Defensoria.
Durante toda a tarde os participantes do Quali desenvolveram dinâmicas recreativas que faziam refletir a empatia, o trabalho cooperativo, a necessidade de cuidados consigo, o exercício da comunicação eficiente, as causas de conflitos, entre outros temas.
Uma das idealizadoras da iniciativa, a defensora pública Cristina Ulm explicou que o projeto foi dividido em dois momentos. Nesta sexta se dedicou a pensar o cuidado com o servidor e na próxima semana, dia 25, se avançará para a capacitação que trata do alinhamento de procedimentos de atendimento.
“Nós defensores não trabalhamos só, nós trabalhamos com servidores, com terceirizados e estagiários. Se não houver uma boa sintonia entre todos surgem problemas no cotidiano de trabalho. Então temos que cuidar deste grupo, saber o que pode ser melhorado, ouvir e desenvolver a atenção com a questão da humanização para alcançar uma excelência no atendimento. Agora, para cuidar bem do outro, nós temos que estar bem com nós mesmos, motivados”, pontuou Crisitina Ulm.
Também autora do projeto, a servidora e especialista em gestão de pessoas Joice Faim explicou a necessidade de acolher e instigar o servidor a falar dos sentimentos dele, do que ele pensa com relação à instituição e ao que precisa ser melhorado. “O intuito dessas dinâmicas e conversas é melhorar o relacionamento interpessoal, o clima organizacional, e com isso fazer com que estejamos mais estimulados ao melhor atendimento”, destacou.
O Quali contou, nesta sexta, com a participação da defensora Vanessa Nunes que abordou o tema do racismo institucional, incentivando um debate sobre a necessidade de reconhecer o racismo velado e inconsciente que se pratica por conta de um história marcada pela opressão dos negros. Para Vanessa Nunes é preciso compreender o racismo na ordem das estruturas e não imaginar que sua reprodução se circunscreve a uma questão ética e moral dos indivíduos.
Para a psicóloga Vanina Miranda, o caráter lúdico e dinâmico tornou a iniciativa bastante interessante. “Apesar da gente pensar muito sobre o atendimento humanizado, é importante para nós – que também sentimos um desgaste psicológico, físico e emocional, já que não é simples trabalhar na Defensoria – ter momentos como este que permitiu tratar de assuntos sérios de modo mais descontraído”, disse.
Já para a segurança Marta de Jesus, o momento serviu principalmente como caminho de preparação. “Enquanto segurança, a gente realiza o primeiro contato com os assistidos, nós ouvimos os depoimentos de muita gente que chega nervosa, então é preciso já poder acalmar estas pessoas. É preciso ouvi-los, compreender, acalmá-los e passar a melhor informação sobre como deve ser encaminhado o caso desta pessoa”, destacou.
Segundo Joice Faim, a ideia é implantar a capacitação inicial quanto ao atendimento ao público para todos servidores que ingressarem na Defensoria. Já a defensora Critina Ulm destacou que o projeto Quali será levado a partir de janeiro de 2020 para todas as sedes Regionais da Defensoria e daí ser replicado nas comarcas de cada Regional.