A partir deste ano, a Defensoria Pública passa a integrar, oficialmente, o Fórum Nacional de Comunicação & Justiça (FNCJ), entidade de direito privado, sem fins lucrativos, que congrega assessores de comunicação do país atuantes em órgãos ligados a Justiça. O objetivo do FNCJ é ampliar o debate sobre a comunicação na Justiça, envolvendo juízes, procuradores, promotores, defensores, jornalistas, publicitários, organizações governamentais e não-governamentais, bem como a sociedade civil, de forma a colaborar para que a comunicação esteja a serviço do cidadão.

Esta foi uma das medidas que resultaram do IV Congresso Brasileiro dos Assessores de Comunicação da Justiça (Conbrascom), principal evento promovido pelo fórum, realizado nos últimos dias 11 a 15 de novembro, em Florianópolis, do qual a Assessoria de Comunicação da Defensoria baiana esteve presente. Conforme explicou Luciana Zanelli, assessora de comunicação da Associação dos Defensores Públicos do Estado do Rio de Janeiro, a solicitação de inserir formalmente a Defensoria no FNCJ foi feita no passado e este ano, foi efetivada por conta da nova eleição para a diretoria.

Na plenária final do evento, as Ascoms que representaram a instituição ainda solicitaram que a Defensoria fosse citada formalmente nos materiais de divulgação e site do fórum, além de ser contemplada na programação do V Congresso, que será no Maranhão, em agosto de 2009. A representante da Adperj foi eleita membro da diretoria, e a representante da DPE/BA, Carla Ferreira, escolhida para a coordenação de articulação na Bahia.

Novas tecnologias - O tema central de discussão do IV Conbrascom foi "Novas tecnologias e a Democratização da Informação na Justiça". Entre os assuntos abordados estiveram "A experiência da TV Pública na democratização da comunicação", cujo palestrante foi Paulo Markun, presidente da Fundação Padre Anchieta, que gerencia a programação da TV Cultura, e "O desafio da convergência de mídias", em palestra ministrada pela professora da Universidade Federal de Santa Catarina, Maria José Baldassar.

Destaque da programação foi a participação do Conselho Nacional de Justiça, através da desembargadora Andréa Pachá, que abordou a visão deste órgão sobre a comunicação nas instituições que atuam na Justiça e de que forma este setor pode colaborar com o CNJ. O órgão se comprometeu em apoiar o FNCJ no fortalecimento das ações em todo o Brasil.

Outro ponto foi o Encontro Nacional de Rádio e TV Justiça, que apresentou a estrutura destes dois veículos e a reformatação porque passaram recentemente. Representantes da TV e Rádio Justiça estarão iniciando, em 2009, visitas aos estados no intuito de tornar os órgãos mais presentes nas suas programações, que estão abertas a colaboração e realização de parcerias.

O jornalista e escritor Laurentino Gomes, autor do livro "1808 - A fuga da família real para o Brasil", fez um painel sobre o contexto do surgimento da imprensa à época da chegada da família portuguesa no Brasil, traçando um perfil da linha editorial e direcionamento dos veículos.

Do IV Conbrascom resultou um documento, elaborado pelos órgãos presentes a partir de reuniões setoriais, cujo conteúdo final será divulgado ainda esta semana contendo tópicos e sugestões de medidas consideradas essenciais para a estruturação das Ascoms. Entre eles, os mais citados foram: a profissionalização deste setor através da realização de concurso público e a necessidade de consolidar movimento de estabilização dos profissionais jornalistas que são cargos comissionados.