COMUNICAÇÃO

Defensoria leva oficinas de grafite, hip hop e teatro para jovens socioeducandos em Salvador

18/12/2015 19:00 | Por Luana Rios DRT 4867/BA (texto e foto)

Fruto de parceria entre a Defensoria Pública, Ufba e Fundac, atividade propõe a inserção do adolescente no contexto social e segue até amanhã, 19, na Case Cia

Enquanto alguns jovens replicavam no papel suas memórias de infância, o arte-educador e DJ Jarrão ensinava técnicas de mixagem para outros adolescentes que, interessados, cercavam a mesa de som. Na quadra de esportes, a dinâmica de teatro entretinha os jovens que participavam da aula em círculo. Já nas paredes da Case Cia, em Salvador, vários adolescentes se atentavam às dicas sobre grafite.

Assim, paralelamente, vem acontecendo oficinas de grafite, hip hop e teatro para mais de 40 jovens que estão cumprindo medidas socioeducativas na unidade de atendimento Case CIA, em Salvador. Fruto de parceria entre a Defensoria Pública do Estado da Bahia – DPE/BA, a Fundação da Criança e do Adolescente – Fundac e a Universidade Federal da Bahia – Ufba, as atividades realizadas pela equipe do Núcleo de Língua Espanhola da Ufba trazem temas como ética, cidadania e não violência.

Para a subcoordenadora da Especializada da Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente da DPE, defensora pública Maria Carmen Novaes, a DPE/BA vem se firmando cada dia mais como garantidora de direitos, principalmente, na área de direitos da criança e do adolescente. "Os socioeducandos que estão privados de liberdade nas unidades de internação têm garantidos pelo Estatuto da Criança e do Adolescente a livre expressão, o conhecimento das artes, a formação em direitos humanos. Para garantir efetivamente esses direitos, a Defensoria Pública tem buscado parcerias, especialmente, no meio acadêmico", disse.

SONHOS

Ao ouvir as dicas de mixagem de som, a mente do adolescente G., de 18 anos, deu um pulo no futuro. "Quem sabe não saio daqui e faço esse trabalho", imaginou ele que também almeja abrir uma oficina mecânica. Para A., de 16 anos, que participou da oficina de grafite, o contato com uma nova atividade suscitou novas possibilidades. "Aprendi a gostar disso aqui", afirmou.

Coordenadora de Educação da Fundac, Mercedes Agrícola destacou que o objetivo do projeto é a inserção do adolescente no contexto social. "Isso começa dentro da unidade socioeducativa". Já a professora da Ufba, Carla Dameane, afirma que o foco não é só o ensino da língua espanhola. "A ideia é trazer um diálogo mais próximo do contexto deles, por isso que trazemos o hip hop como cultura, e movimento como o eixo temático da proposta", explicou.

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