COMUNICAÇÃO
Defensoria na luta pelo acesso dos cidadãos à saúde pública
Jocira dos Santos, 51 anos, traz na fala a sequela de um acidente vascular cerebral - AVC que sofreu há cerca de dois meses. Isabel Ferreira de Santana, 76 anos, desde os 69 conta com a ajuda de um marcapasso para viver. Vera Lúcia Vilas Boas, 56 anos, há um ano foi diagnosticada com problemas na visão direita. Claudia Beatriz Santos Souza, 9 anos e um tumor no cérebro. Além das enfermidades e a necessidade de atendimento médico gratuito, a realidade de Jocira, Isabel, Vera e Claudia trazem outro ponto em comum: somente após a interferência da Defensoria elas conseguiram ter acesso à saúde pública, direito básico de todo cidadão brasileiro.
Internada após ter sofrido um AVC, segundo relatórios médicos, Jocira precisava ser transferida para uma unidade de saúde que oferecesse exames detalhados do seu estado clínico. "Hoje, o sistema de saúde da Bahia só libera quando a pessoa está morrendo", conta a filha de 29 anos, Daniela dos Santos, que após procurar a Especializada de Direitos Humanos da Defensoria conseguiu a transferência para o Hospital Irmã Dulce. Hoje, segundo a filha, a mãe está em casa e tem dificuldades para falar. Isabel vive com um marcapasso há sete anos e, de acordo com informações médicas, o equipamento que auxilia o ritmo cardíaco da senhora de 76 anos já deveria ter sido trocado. Com a intervenção da Defensoria, a dificuldade para realizar o procedimento pelo SUS chegou ao fim.
Já Eliete Vilas Boas, irmã de Vera, que tem deficiência no olho direito, estava desacreditada "com tudo que é público no país". Para o tratamento, seria necessário desembolsar 4000mil reais por mês. Segundo Eliete, os médicos deram a média de 12 a 14 aplicações por ano para a cura da irmã. Orçamento este que a família não tinha como arcar. "Fui encaminhada à Secretaria Municipal de Saúde, já marquei a avaliação e já tem três sessões agendadas", diz Eliete depois de contar com o apoio da Especializada em Direitos Humanos. Mãe de Claudia Beatriz de 9 anos, Joisa precisou da assessoria jurídica da Defensoria na transferência da filha para uma unidade hospitalar especializada em neurocirurgia. "O tumor dela já tem um ano e está em um local de risco, há dois meses ela estava no hospital do subúrbio sem estrutura alguma", conta a mãe.
Qualquer semelhança entre os casos não é mera coincidência. A Especializada em Direitos Humanos da Defensoria, com o trabalho voltado para a saúde, atua desde 2007 e registra uma média de oito atendimentos por dia para cada defensor. "O trabalho da Defensoria é essencial pra preservar a integridade física e moral dos nossos assistidos", afirma a subcoordenadora do Núcleo de Direitos Humanos Fabiana Almeida. "É fundamental que as pessoas tenham acesso garantido à saúde pública", conclui.