COMUNICAÇÃO

Defensoria no combate ao tráfico de pessoas na Bahia

24/09/2010 23:25 | Por

Mais de 200 pessoas, representando sociedade civil, órgãos públicos e ONG`S estiveram na tarde de ontem (23), na Praça Berros D`Água – Pelourinho, no dia internacional contra exploração sexual e tráfico de mulheres e crianças. Apesar da luta contra a prática abusiva, dois milhões de pessoas no mundo são vítimas desta questão. Na Bahia, o tráfico interno – entre municípios ou estados – lidera com maior número de vítimas (57%), segundo dados divulgados pela coordenadora do Instituto Winrock Internacional - Brasil, Débora Aranha. O evento promovido pela Secretária de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos (SJCDH) contou com colaboração efetiva da Defensoria Pública da Bahia para execução do Plano de Ação Estadual no combate ao tráfico de pessoas.

Na ocasião, este Plano de Ação desenvolvido por órgãos públicos interessados no tema foi apresentado à população. O objetivo do encontro esteve embasado na implementação do Núcleo de Prevenção e Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas (NETP) e criação de um Posto Avançado de Atendimento especializado às vítimas de tráfico, estas ações são elaboradas pelo governo Estadual e Federal para ajudar a sanar o problema. O Núcleo está em funcionamento no Pelourinho onde vai atender ás vítimas, e, sobretudo, desenvolver medidas preventivas. Já o posto irá prestar atendimento específico aos estrangeiros que chegam em Salvador.

Para a defensora pública Bethânia Ferreira eventos que fomentam a discussão de políticas públicas é sempre de interesse da Defensoria. “O órgão está integrado ao Comitê de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas do Estado da Bahia, que visa sinalizar, as vítimas dos perigos que correm, quando sonham em melhorar as condições de vida morando no exterior” salienta Bethânia. A Defensoria tem papel fundamental ao atendimento destas vítimas. “O perfil são mulheres brasileiras afro-descendentes, entre 15 e 27 anos, oriundas de famílias de nível econômico baixo”, complementa a defensora.

O coordenador do Núcleo de Defesa aos Direitos Humanos e defensor público Gilmar Bittencourt que também marcou presença no evento, representando a Instituição abordou a importância da integração de todos os órgãos públicos, em conjunto com a sociedade civil, para o fortalecimento da rede de proteção as vítimas de exploração e tráfico. “O tema é complexo e por isso requer a participação ativa de todos. O tráfico é considerado a nova escravidão do século XXI e, no nosso entendimento, às pessoas estão nesta condição de vulnerabilidade desde o nascimento, quando muitas crianças são vendidas, passando pela fase adulta onde vendem os corpos na ilusão de melhores condições econômicas”, frisa o defensor.

Denúncia – As pessoas podem procurar ajuda ou denunciar os casos de exploração sexual e tráfico de pessoas, sem a necessidade de identificação. Os números são Disque Denúncia 100, Núcleo de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas (71) 3266-0130, Defensoria Pública do Estado 129, Delegacia de Proteção a Criança e Adolescente (71) 3116-2155 e Atendimento a Mulher Vítima de Violência 180.