Na manhã da última sexta-feira (15), a Defensoria Pública do Estado da Bahia participou de uma sessão especial na Assembleia Legislativa, em comemoração ao Dia Internacional da Luta pela Reforma Agrária e Justiça no Campo. Representantes dos poderes públicos, das esferas federais, estaduais e municipais, participaram do evento, que reuniu integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra - MST, entre eles mulheres, idosos e crianças, que lotaram o plenário da Casa.

A sessão, segundo o coordenador do MST-BA, Márcio Matos, foi um convite do deputado Marcelino Galo, presidente da sessão, e relembra o massacre de Eldorado dos Carajás, sul do Pará, ocorrida em 17 de abril de 1996, em que foram mortos 19 sem-terra, em decorrência da ação da polícia do estado paraense.

A defensora pública Walmary Pimentel representou a defensora pública geral do Estado, Maria Célia Nery Padilha, reforçando o papel da Defensoria Pública e pontuando a necessidade de diálogo para resolver conflitos. "Nós defensores públicos estamos à disposição dos integrantes do MST ou qualquer outro cidadão que precisem dos serviços da Instituição. Acredito não haver necessidade de perdas de vidas, de lutas sangrentas, mas sim de diálogos, o que nós defensores públicos primamos em nossa atuação", pontuou a defensora. "Aqui encontram-se, entre outras, pessoas acima de 65 anos, que ajudaram a construir a história do pais e que, portanto, merecem ser tratadas com respeito e dignidade. Nós da Defensoria Pública temos a função de garantir isso", declarou aos presentes.

Para Marcelino Galo, a justiça no campo se dará com a ampla reforma agrária. "Essa questão deve integrar estratégias para a Bahia. Nenhuma nação será próspera enquanto seus trabalhadores rurais estiverem na miséria e em condições de pobreza absoluta", declarou o deputado apoiado pelos integrantes do MST, que aclamaram pedindo justiça a todos aqueles que lutam pela terra.

Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra

O MST é um movimento social realizado no Brasil, com origem na década de 80, e tem como principal objetivo realizar a reforma agrária no país. O Movimento defende a expansão da fronteira agrícola, os megaprojetos e a mecanização da agricultura, a fim de contribuir para desconcentrar a propriedade da terra e eliminar as pequenas e médias unidades de produção agrícola.