COMUNICAÇÃO
Defensoria prestigia sessão solene em homenagem aos 70 anos dos Filhos de Gandhy
Marcada por manifestações de matrizes africanas e fundada por estivadores do Porto de Salvador, agremiação completou aniversário em fevereiro deste ano
O plenário da Assembleia Legislativa da Bahia foi tomado por música e pelo azul e branco para comemorar os 70 anos dos Filhos de Gandhy, um dos blocos de afoxé mais tradicionais de Salvador, na manhã desta sexta-feira, 26.
Prestigiando e compondo a mesa da sessão solene que comemorou o aniversário da agremiação, a Defensoria Pública foi representada pelo defensor público geral Rafson Ximenes, que entregou a placa comemorativa para o atual presidente do bloco, Gilsoney de Oliveira.
“Os Filhos de Gandhy são um símbolo cultural e religioso da Bahia, e que é maior que simplesmente a comemoração do carnaval. É um ente que representa a união e identificação dos baianos e que traz com ele ainda a defesa de valores, dos direitos dos negros, da resistência cultural. É importante para a Defensoria Pública prestigiar e valorizar manifestações como essa, que tão bem representam o estado” declarou Rafson Ximenes.
A homenagem na ALBA foi proposta pela deputada estadual Olívia Santana (PCdoB), que asseverou o caráter histórico da entidade. “Nesta homenagem quero agradecer a todas as gerações que construíram este afoxé ao longo destes 70 anos. O Gandhy é uma referência para nosso Estado e esta imerso na arte, na poesia e nas canções de nossos artistas que assim o fazendo também o fazem valorizando as tradições de matrizes africanas e o diálogo e a paz como princípios políticos”, afirmou Olívia Santana.
Para o atual presidente do afoxé Filhos de Gandhy, Gilsoney de Oliveira, o bloco tem como principal missão defender a cultura da paz. “É importante chegar a estes 70 anos com o reconhecimento público de nossa existência. É uma prova de nossa resistência. O Gandhy é um bloco que mantem uma bandeira de paz ao longo de todo este tempo. Num mundo hoje com tantas guerras, divergências, nós precisamos partir de nossa paz e interior e propagar este princípio. Nesse sentido é também nossa missão seguir mantendo vivo nosso afoxé”, disse Oliveira.
Além de associados e do público em geral, estiveram presentes à sessão, presidida pelo presidente da ALBA, Nelson Leal, a secretaria de Promoção da Igualdade Social, Fábya Reis, representando o governador Rui Costa; o desembargador Lidivaldo Britto, representando o Tribunal de Justiça; a promotora Nadja Bastos, representando a Procuradoria Geral de Justiça; o vice-reitor da Universidade Federal da Bahia, Paulo Miguez, representando a instituição; o presidente do Sindicato dos Estivadores de Salvador, Flávio Santiago; deputados estaduais, vereadores da capital baiana, líderes religiosos, entre outros representantes de instituições públicas.
FILHOS DE GANDHY
O Afoxé Filhos de Gandhy foi fundado em 18 de fevereiro de 1949. Trata-se de entidade sem fins lucrativos cujo propósito é promover a paz. Foi fundado por estivadores do cais do porto de Salvador que após assistirem a filme sobre Mahatma Gandhi se inspiraram no líder da Índia para criarem um bloco de afoxé, que é considerado um ritmo do dito candomblé de rua, para participar do carnaval de Salvador. O bloco tem como cores o branco e o azul, branco representando o orixá Oxalá, associado à criação do mundo, e azul o orixá Ogum, que é associado à coragem e a guerra e a paz.