COMUNICAÇÃO
Defensoria debate prevenção da violência sexual contra crianças e adolescentes
Roda de palestras aprofundou olhar sobre o tema da sexualidade, ainda encarado como tabu social
A Defensoria Pública do Estado da Bahia – DPE/BA realizou na manhã desta terça-feira, 11, encontro para discorrer sobre o “Fortalecimento da Rede de Proteção as Vítimas de Violência Sexual”. O evento buscou avançar no debate, sob perspectivas mais aprofundadas que permitam construir meios para uma cultura preventiva quanto ao tema da violência sexual contra crianças e adolescentes.
Realizado na Escola Superior da Defensoria Pública – Esdep, em Salvador, a roda de palestras e conversa foi promovida por meio da Especializada dos Direitos das Crianças e Adolescentes. Durante o encontro foi distribuída a cartilha “Abuso Sexual Contra Crianças e Adolescentes: não deixe acontecer na sua casa”.
Para a defensora pública e coordenadora da Especializada, Gisele Aguiar, a oportunidade foi muito proveitosa para refletir sobre temas necessários para formar outra cultura no modo de lidar com a sexualidade.
“Foi importante trazer a conversa sobre como as crianças e adolescentes vivenciam a questão da sexualidade. É preciso mover-se também no sentido de compreender porque e como acontece essa violência. Assim, podemos construir também um caminho preventivo, que supere o quanto possível a manifestação destes episódios”, pontuou Gisele Aguiar.
Palestrante no encontro, a psicóloga clínica e consultora Débora Cohim problematizou o modo comum como a questão é enquadrada. Para ela, falar a educação sexual pode evitar ou ajudar na identificação de abusos.
“É um tema que não pode ser tratado sem a complexidade que lhe é própria. Não há saídas simples. É necessário ampliar a discussão. Assim, por exemplo, como as crianças podem relatar violências sexuais que sofrem se este tema, do âmbito do íntimo, está interditado? Falar de sexualidade não pode permanecer limitado a temas como DST, gravidez e AIDS”, defendeu Débora Cohim.
Também palestrante a psicóloga Potira Rocha, do Projeto Viver, abordou fases do desenvolvimento da criança e a necessidade do afeto e da atenção dos pais e envolvidos nos cuidados. Ela apontou orientações que devem ser transmitidas às crianças, em diferentes idades, para que elas possam conhecer as partes de seus corpos e reconhecer diferentes naturezas de toque, o que permite a identificação de abusos.
Além do público interessado e majoritariamente feminino, também participaram do encontro a promotora de Justiça do Ministério Público da Bahia Karine Espinheira; a Dorrane Bezerra, do Centro de Referência Especializado de Assistência Social e a defensora pública Laíssa Rocha de Araújo.