COMUNICAÇÃO
Defensoria promove “Fórum de Acolhimento Institucional” e troca de conhecimentos e experiências marcam primeiro dia do evento
Evento segue até amanhã, 6, na ESDEP, e programação inclui apresentações culturais, rodas de conversas e diversas oficinas
A Defensoria Pública do Estado da Bahia – DPE/BA está promovendo uma verdadeira troca de conhecimentos e experiências entre defensores públicos, assistentes sociais, psicólogos, pedagogos, estudantes, pesquisadores, conselheiros tutelares, técnicos e voluntários que trabalham nas instituições de acolhimento de crianças e adolescentes. É a primeira edição do “Fórum de Acolhimento Institucional: desafios e possibilidades”, que começou nesta terça-feira, 5, segue até amanhã, 6, e lotou o auditório da Escola Superior da Defensoria – ESDEP, no bairro do Canela, em Salvador.
Promovido pelo projeto Acolher, que integra a Especializada em Curadoria Especial da DPE/BA, o evento conta, nos dois dias, com uma programação que envolve apresentação cultural dos adolescentes, rodas de conversas e oficinas. “Nosso objetivo, com a realização deste Fórum, é trazer os conhecimentos teóricos e acadêmicos para dentro da Defensoria para que possamos ampliar o nosso conhecimento e incorporá-los à nossa prática e ao nosso dia a dia. Além disso, todas as experiências que estes dois dias nos proporcionarão servirão para que tenhamos uma Rede de prestação de serviços muito mais eficaz e eficiente na proteção e na garantia dos direitos do nosso público-alvo, que são as crianças e adolescentes”, resumiu, na abertura do evento, a defensora pública e coordenadora do projeto Acolher, Ana Virgínia Rocha.
A diretora da ESDEP, Firmiane Venâncio, representando o defensor público geral, Clériston Cavalcante de Macêdo, também participou da abertura do Fórum e deu as boas-vindas a todo o público presente.
“(Re)pensando”
Durante a programação da manhã, a roda de conversa “(Re)pensando as Infâncias e Juventudes na atualidade”, mediada pela professora, psicóloga e Doutora em Estudos da Criança, Juliana Prates, fez os profissionais refletirem sobre políticas públicas, a relação entre a família e os afastamentos, as leis em vigor, os termos utilizados para fazer referência às crianças e adolescentes, os estereótipos, a reinserção familiar e social, a permanência na escola e a importância da atuação da Rede Articulada de defesa dos direitos.
Na primeira parte da conversa, a Doutora em Sociologia, professora, psicóloga e diretora do Centro Internacional de Estudos e Pesquisas sobre a Infância – CIESPI, Irene Rizzini, resgatou a história social da infância e os elos das crianças e adolescentes com os familiares. Já na segunda parte, a Pós-Doutora em Teoria Psicanalista e psicóloga, Vládia Jucá, trouxe a experiência prática desenvolvida através do projeto sobre adolescência, acolhimento institucional e clínica ampliada desenvolvido a partir de experiências com projetos de extensão, estágio e pesquisas realizadas nos Centros de Atenção Psicossocial voltados para Crianças e Adolescentes – CAPSI.
Ainda durante a conversa, a defensora pública Ana Vírginia anunciou que, a partir deste mês de fevereiro, a Defensoria iniciará as itinerâncias de atendimento pelos locais apontados por uma pesquisa feita em 2017, em parceria a Instituição, o Projeto Axé, a Universidade Federal da Bahia – UFBA e o Movimento Nacional da População de Rua e que traça o panorama de quem são, onde e como vivem as pessoas em situação de rua na capital baiana. “Vamos sair dos nossos gabinetes e atender no meio da rua, nas praças, onde estas crianças e adolescentes estiverem. Venham para a rua com a gente”, convidou a defensora.
Oficinas para aprimorar a prática
Já à tarde, com as salas também cheias, a programação incluiu as oficinas “Sentir, criar, fazer! Transformando falta de recursos em dinâmica”, “Autoconhecimento: cuidado dos cuidadores” e “Diversidade sexual e de gênero: aspectos identitários, sociais e políticos”.
“Uma oficina é para você construir coisas e nós estamos aqui para operacionalizar os nossos saberes e aplicá-los no nosso exercício profissional”, explicou, no início da oficina sobre diversidade sexual e de gênero, o assistente social e coordenador do ambulatório para Travestis e Transexuais da Secretaria Estadual de Saúde, Ailton Santos. “O conceito de gênero mostra que somos muito mais que uma anatomia genitália. Não podemos rotular o outro. Temos que esperar ele dizer quem ele é”, orientou.