O Mutirão de Mediação e Conciliação, promovido pela Defensoria Pública do Estado da Bahia – DPE/BA, chega nesta quinta-feira, 21, ao seu quarto e penúltimo dia com um saldo de 65 atendimentos e mais de 55% de acordos na área de família realizados.

Realizado na nova unidade da Central de Mediação e Conciliação – CMC – da Defensoria, próximo ao Bonfim, em Salvador, o mutirão procurou intensificar, de forma extrajudicial, as mediações e conciliações que envolvem demandas na área de família. “A procura para a resolução de conflitos familiares é muito grande e, por isso, resolvemos promover este mutirão para tratar destas demandas de forma mais intensa durante toda esta semana”, explicou o defensor público Alexandre Alves de Souza, que atua na unidade com a defensora pública Suellen Paixão Lordelo Bury.

A iniciativa tem a parceria do Tribunal de Justiça do Estado da Bahia – TJBA, que conta com um juiz atuando na unidade para homologar todos os acordos propostos pela Defensoria.

“Foi top”

O relógio nem marcava 8h da manhã e a recepcionista Mayra Ursulano, 23 anos, já aguardava, ansiosa, o ex-marido para tentar um acordo sobre os alimentos do filho de 3 anos. “Ele acha que o que paga é o suficiente, mas não é e não cobre nem a mensalidade da escola. Eu quero que ele pague o que é de direito da criança”, contou a recepcionista. “Estamos aqui para flexibilizar e chegar a um acordo entre as duas partes”, explicou o servidor João Marcelo Silva. E o acordo foi firmado no valor de R$ 175,00. “Foi top a Defensoria ter intermediado este diálogo entre nós dois”, agradeceu a recepcionista.

Se o assunto é acordo, a atendente Suelen Santos Luz diz que veio ao lugar certo. “Nem queria chegar a esse ponto, mas como fazer um acordo com ele era impossível, eu sabia que só aqui na Defensoria isso seria possível”, contou ela, enquanto assinava o acordo.

Além dos acordos de alimentos e também das dissoluções de união estável que estão sendo feitas, os divórcios também marcaram este quarto dia do Mutirão. Em um dos atendimentos, um ex-casal que já conhece bem a CMC resolveu voltar para Defensoria para aproveitar, mais uma vez, o serviço de divórcio consensual. “Casamos pela primeira vez em 2015, depois nos separamos, casamos de novo e, agora, viemos separar pela segunda e última vez. O amor acabou, mas a amizade continua”, relatou a professora Erika Araújo, 41 anos, enquanto o ex-marido aprovava a ideia do mutirão. “É bom que resolve o nosso e muitos casos de uma só vez”, percebeu o aposentado Edimar Silva, 40 anos.

Novas edições 2020

O mutirão segue até amanhã, 22, e, de acordo com a coordenadora da Especializada em Família da DPE/BA, Tatiane Franklin, vem novidade por aí. “Pretendemos fazer novas edições do mutirão em 2020. A ideia é que seja um a cada três meses”, anunciou a coordenadora. “Se precisar, eu volto e aproveito quantas vezes for necessário. É tão bom sermos bem assistidos”, garantiu a professora Erika Araújo.