COMUNICAÇÃO

Defensoria promove palestra sobre drogas em escola de Amaralina

22/01/2014 21:07 | Por
Cerca de 150 pessoas, alunos e professores, tiveram uma atividade diferente na tarde desta segunda-feira, 4, realizada no Colégio Estadual Polivalente de Amaralina. Eles participaram de uma ação da campanha Crack? Só de Esporte!, que é promovida pela Defensoria Pública da Bahia em parceria com o Instituto Popó Freitas.

A atividade, que contou com a exibição de vídeo e distribuição de cartilha educativa, produzida especialmente para a campanha, reuniu os subcoordenadores da Especializada de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente, Laíssa Souza de Araújo, e da Especializada de Crime e Execução Penal, Alan Roque Araújo, e a psicóloga especialista na área de Saúde Mental de Crianças e Adolescentes/Psicoativos, Tânia Duplatt.

O ex-pugilista e garoto propaganda da campanha, Acelino Popó Freitas, o representante da Paróquia Nossa Senhora da Luz, na Pituba, Dário Quadros, e o professor de boxe voluntário, Gilvan Bispo, também participaram do evento, além de pessoas da comunidade.

O projeto visa levar aos estudantes informações e relatos de experiências profissionais que possam estabelecer uma nova visão sobre o consumo abusivo de substâncias psicoativas. No bairro, segundo a diretora do colégio, Walkyria Azevedo, há um alto índice de pessoas, principalmente jovens, com envolvimento com as drogas, e trazer uma campanha educativa como esta ajuda na orientação dos alunos.

"Nos preocupamos muito com os nossos alunos, não queremos que eles se envolvam com drogas, já que há uma grande influência do próprio bairro onde eles moram. Por isso, sempre apoiamos essas iniciativas de prevenção e combate", esclarece.

Em seu depoimento, Popó explicou como foi sua infância difícil, e, mesmo enfrentando dificuldades, optou por praticar o boxe, se dedicar a um esporte para vencer na vida. "Apesar das condições, eu nunca pensei em desistir. Por isso, me empenhei, lutei e cheguei onde estou. Agradeço muito à minha mãe que me deu muito apoio, me motivou, ficou ao meu lado", conta.

Para alguns alunos, a história de Popó cria uma referência importante. "É bom para a gente tê-lo aqui. Serve como inspiração, exemplo. É uma chance que os alunos envolvidos têm de se afastar desse mundo, ou aqueles que ainda não participam nunca chegarem perto", comenta Adriele Nascimento, 15 anos, aluna da 8ª série.

Também os professores viram no evento uma iniciativa importante, que deveria ter desdobramentos e continuidade. "A nossa região tem um alto índice de pessoas envolvidas com drogas, e essa campanha é um grande incentivo aos alunos e pais para que tenham uma outra postura sobre este problema", opina Conceição Oliveira, professora de matemática.

A palestra da psicóloga Tânia Duplatt abordou, entre outras questões relevantes, a classificação entre as drogas lícitas e ilícitas e os efeitos que elas produzem no corpo humano. "As drogas não alteram pessoas, não as fazem mais descoladas, mais felizes, isso é mito. Elas apenas potencializam o traço de cada um. Nosso corpo não foi feito para suportar os efeitos dessas substâncias", observa.

Ela aproveitou o momento também para criticar o próprio sistema de saúde, que não comporta, hoje, o mínimo de 12 Centros de Atenção Psicossocial (CAPS). "Precisamos de mais CAPS, e, assim, poder ter um maior acompanhamento dos dependentes". No entanto, fez questão de frisar que o atendimento nesses centros públicos especializados é muito melhor que aqueles oferecidos por algumas entidades, que não possuem, sequer, profissionais capacitados para promover um tratamento dessa natureza.

Além do problema das drogas, que ronda de forma permanente aquela comunidade, a escola também enfrenta outro problema, com os servidores terceirizados que não recebem salário há mais de dois meses. "A situação está ficando insustentável, não temos previsão de quando as coisas vão se normalizar", comenta uma auxiliar que preferiu não se identificar.

Para o subcoordenador Alan Roque, esta atividade fecha a programação da campanha este ano. "Queremos avaliar esta experiência e traçar uma nova programação para o ano que vem, com um calendário de eventos, que possam dar mais visibilidade e participação a esta iniciativa".