COMUNICAÇÃO
Defensoria Pública atende mãe aflita com filho dependente de drogas
"Eu pensei em vender minha casa para poder pagar os custos da clínica. Meu filho precisa se livrar das drogas. Eu não aguento mais ver o sofrimento dele". Foi com esse sentimento de desespero e persistência que a professora de Feira de Santana, Maria José França Souza, procurou a Defensoria Pública daquela regional a fim de conseguir uma liminar para que o Plano de Saúde Bradesco pagasse o tratamento de seu filho, de 31 anos, que consumia crack desde 2007. "A ação já foi ajuizada, a Defensoria de Feira de Santana obteve liminar judicial e ficou determinado que fosse custeado o tratamento do rapaz pelo Plano de Saúde Bradesco, a critério médico, em centro de especialidade na cidade", informou o resultado, Pedro Bahia, defensor responsável pelo caso.
De acordo com Maria José, seu filho C.M.S.R., casado há 11 anos, começou a consumir crack quando conseguiu seu primeiro emprego. "Ele já fazia uso da maconha, mas só quando alcançou a primeira experiência profissional e se envolveu com pessoas já envolvidas, que ele começou a fazer uso da droga", explicou Maria. O assistido já havia sido internado por três vezes, tendo duas recaídas, de acordo com sua mãe. "Quando meu filho começou a trabalhar, ele emagreceu demais e me dizia que era por conta do turno que trabalhava, à noite. Mas eu comecei a investigar e descobri que ele estava usando drogas com os colegas do trabalho, afirmou ela, que logo em seguida o internou aconselhada por uma assistente social. "Mas é muito difícil de pagar. As clínicas são muito caras. Uma delas chega a R$ 2 mil e eu não tenho condições", ressaltou, afirmando ainda que o plano de saúde começou a custear a internação, mas depois abandonou.
Depois de cansadas tentativas e de ter pensado até em vender a própria casa para poder pagar o internamento, a professora procurou o Fórum da cidade, que logo a encaminhou para a Defensoria Pública, há aproximadamente três meses. "A solicitação, fundamentada no artigo constitucional 196, tinha que ser acatada, pois assegura a saúde como direito de todos e um dever do Estado, em lúcida classificação do tema ‘dependência química', optando por se observar uma questão como saúde, e não criminal", disse Pedro Bahia.
De acordo com ele, o pleito foi analisado com coerência e consistência, tendo a liminar deferida, antecipando a tutela pretendida para que o Plano de Saúde Bradesco custeie e autorize o internamento e tratamento do acionante, de forma requisitada pelo médico que lhe assiste, na instituição indicada ou outra equivalente, no município de Feira de Santana, sob pena de multa diária de R$ 1 mil. E por essa assistência Maria José agradece. "Agradeço a Deus e à Defensoria por isso que a instituição garantiu. Eu cheguei a pensar que não conseguiria mais internar o meu filho, imagino quantas mães estão hoje nessa situação", falou emocionada.