COMUNICAÇÃO

Defensoria Pública lança guia de orientação a pessoas trans que adequaram nome e gênero

30/05/2018 18:55 | Por Daniel Gramacho - DRT/BA - 3686 (Texto e foto)

O folder será distribuído também para todas as unidades da Defensoria Pública no interior do Estado.

Para orientar as pessoas trans que adequaram seus respectivos nomes e gêneros, a Defensoria Pública do Estado da Bahia – DPE/BA lançou hoje, 30, no Teatro Gregório de Matos, um guia com instruções e procedimentos a serem adotados para alteração de documentos pessoais, os locais onde são feitas as alterações, os órgãos e instituições que a pessoa deve procurar.

Uma das idealizadoras do folder, a mulher trans e estagiária de Direitos Humanos da DPE/BA, Ariane Senna, explicou aos presentes os detalhes do passo a passo do informativo em formato de folder. “Quando criamos esse documento, ele tinha as documentações necessárias e o endereço de onde ir. Conversando com a equipe da Defensoria nós entendemos que esse material será útil para todo o estado da Bahia. Antes ele era muito regionalizado, e agora está mais amplo. E a ideia é essa, orientar para que as pessoas não passem por tantas dificuldades como passamos”, concluiu Ariane Senna.

Bruno Santana contou um pouco da sua experiência na roda de conversa. “Eu tive a sorte de conseguir retificar nome e gênero em quatro meses, de conseguir retificar meu prenome, enquanto João ficou penando aí por muito tempo, passando pelo constrangimento de ter nome masculino e gênero feminino na certidão. Tive que fazer a linha macho alfa, coçar o saco que eu não tenho, em um processo judicial, para convencer aquela pessoa que eu realmente sou homem, que eu sou de verdade e que preciso ter acesso à cidadania”, afirmou o também colaborador do folder Bruno Santana.

A subcoordenadora da Especializada de Proteção aos Direitos Humanos, Eva Rodrigues, explicou que a produção do folder foi uma experiência compartilhada com pessoas que já passaram pela Defensoria e mudaram o nome e gênero. “Todos os lugares que constam do folder são lugares onde os três (Ariane, Bruno e João Hugo) tiveram que ir, e nós tentamos destrinchar isso, para facilitar para as pessoas aquele caminho que não foi tão fácil para eles três”, disse Eva Rodrigues.

Também participaram da roda de conversa as defensoras públicas Cristina Ulm e Walmary Pimentel, o homem trans e parceiro da idealização do folder, João Hugo Cerqueira Alves, além de pessoas engajadas no movimento LGBT.

Para acessar o conteúdo do folder clique aqui.