Na manhã da última sexta-feira (04), a Defensoria Pública, representada pela defensora Laíssa Rocha, participou do I Debate sobre Acolhimento Institucional em Salvador, promovido pela Rede de Instituições de Acolhimento da Criança e do Adolescente em Salvador. O evento aconteceu no auditório do Ministério Público, em Nazaré. Também marcaram presença o juiz da 1ª Vara da Infância e Juventude, Walter Costa Júnior, a promotora Ana Bernadete, a representante do Conselho Tutelar, Lucidalva Rodrigues, Laíssa Rocha, defensora pública e subcoordenadora da Especializada de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente. Também participaram do evento a presidente do CMDCA (Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente), Dinsjani Pereira, o presidente do CMAS (Conselho Municipal de Assistência Social), Renildo Barbosa, Jeremias Sales representando Maurício Trindade, secretário da SEMPS (Secretaria de Promoção Social e Combate a Pobreza), Thaise Viana, representando Moema Gramacho, secretária da SEDES estadual (Secretaria de Desenvolvimento Social e Combate à Pobreza) e Azor Araújo, membro da coordenação da Rede Abrigo.

Depois de uma breve apresentação sobre a importância da discussão acerca do acolhimento de crianças e adolescentes, a mediadora do debate, Auristela Leal, passou a palavra para Eliana Menezes, coordenadora do abrigo Lar Luz do Amanhã, integrante do Complexo Cidade da Luz, Centro Espírita fundado por José Medrado. Ela falou sobre a importância do convívio familiar para os jovens e sobre o papel de cada pessoa na sociedade. "É muito importante para nós esse momento, acho que é um momento histórico, quando a Rede Abrigo promove um encontro como esse. Tendo a compreensão do desafio que é, todos nós que somos parte dessa máquina que é o sistema de garantia de direitos. Somos engrenagens, todos são importantes, cada um com sua função. Estamos aqui hoje não para apontar culpados, mas para que unidos nós possamos garantir a proteção integral de nossas crianças e nossos adolescentes".

A defensora Laíssa Rocha ressaltou a importância acerca da discussão sobre o acolhimento institucional. "Quando eu cheguei na 1ª Vara da Infância e da Juventude, eu me deparei com várias situações que me inquietavam bastante. Eram muitas ações de destituições do poder familiar, e em muitos desses processos eu identificava que a causa era na verdade, a pobreza dessa família, a vulnerabilidade social, a ausência de recursos financeiros e materiais, e às vezes até o uso de drogas. Se hoje a gente tem um grande número de crianças e adolescentes acolhidos em Salvador, isso não se deve a um único representante, isso se deve a uma falha da rede como um todo. O Estado está falhando em não oferecer políticas públicas necessárias, da mesma forma o sistema de garantia de direitos está falhando. Então é muito importante esse momento, para que possamos identificar nossas falhas e possamos crescer juntos em prol da proteção integrada à criança e ao adolescente."

No fim da palestra, os microfones foram abertos para perguntas e avaliações. A questão que gerou mais questionamentos foi sobre o custo de cada jovem nos abrigos e o repasse de verbas do município e do governo do estado para as instituições.