COMUNICAÇÃO

Defensoria Pública participa de evento em memória das vítimas do holocausto

31/01/2012 15:15 | Por

A cerimônia do Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto, realizada na tarde de ontem (29), em Salvador, foi marcada pela lembrança do drama vivido por cerca de 6 milhões de judeus, afrodescentes, homosexuais, testemunhas de Jeová, entre outras vítimas. Realizado no Fórum Ruy Barbosa, pela Confederação Israelita do Brasil (Conib), em parceria com a Sociedade Israelita da Bahia (Sib), o evento contou com a presença da presidente da República, Dilma Rousseff, do governador Jaques Wagner, da defensora pública geral do Estado, Célia Padilha, secretários de estado, e demais autoridades. A solenidade foi marcada pelo discurso unânime em função da necessidade de exterminar qualquer forma de intolerância religiosa e racismo, dando lugar a efetiva democracia e respeito à diversidade.

Ao defender a criação de um estado "não segregador", Dilma Rousseff lembrou que "com o holocausto houve uma tentativa de criar uma pseudo ciência em que uns eram mais humanos do que outros". Destacou ainda que episódios assim reforçam a necessidade de fortalecer duas palavras "esperança" e "coragem" para construirmos um mundo melhor. A presidente fez uma comparação entre o drama vivido pelos judeus e o da população afrodescendente, que também foi vítima de um massacre. Segundo historiadores, havia cerca de 20 mil afrodescendentes na Alemanha quando os nazistas tomaram o poder, em 1933. "O holocausto não pode ser esquecido e deve servir como um ensinamento contra a intolerância", afirmou, parabenizando a escolha de Salvador para a realização do evento, por se tratar de uma capital que retrata a expressão viva da diversidade étnica e cultural.

Em seguimento, o governador do Estado, Jaques Wagner, salientou que apesar da farta documentação escrita, além de depoimento de sobreviventes, "o discurso do negacionismo sobre o holocausto ainda persiste e é necessária a lembrança para construirmos mecanismos para que jamais esses massacres voltem a acontecer". Completou pontuando que "a Alemanha nazista foi derrotada, mas o racismo não foi eliminado no mundo. Precisamos de todo tipo de embate à intolerância religiosa".

No evento, estiveram presentes ainda a presidente do Tribunal de Justiça da Bahia, Telma Brito, o vice-governador, Otto Alencar, o presidente da Ordem dos Advogados da Bahia, Saul Quadros, a ministra da Promoção da Igualdade Racial, Luiza Bairros e a ministra dos Direitos Humanos, Maria do Rosário. O evento cumpre a resolução da Organização das Nações Unidas (ONU), de que os países membros promovam programas de educação sobre o holocausto, além de condenar manifestações de intolerância religiosa.

O Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto foi celebrado oficialmente na última sexta (27), já que foi em 27 de janeiro de 1945 que os soldados aliados libertaram os prisioneiros do campo de concentração nazista de Auschwitz-Birkenau, no sul da Polônia. Na ocasião, foi lançada uma plataforma online pelas Nações Unidas, permitindo aos alunos de todo o mundo aprenderem mais sobre as histórias dos sobreviventes do holocausto.