“Sonho com o dia em que todos se levantarão e compreenderão que fomos feitos para vivermos como irmãos”. Inspirando-se na célebre frase de Nelson Mandela, o Instituto África – 900 promoveu nesta quarta-feira, 18, dia em que o líder do movimento antiapartheid completaria 100 anos, uma premiação na qual 20 lideranças entre representantes do poder público estadual, municipal, federal e personalidades receberam a medalha “Liberdade e Inclusão”. A defensora pública e coordenadora da Equipe Pop Rua da Defensoria Pública do Estado da Bahia, Fabiana Miranda, recebeu a condecoração.

“A rua tem cor e ela é negra. 80% das pessoas em situação de rua são negras. Eu coordeno o Núcleo de Atendimento Multidisciplinar da População em Situação de Rua da Defensoria Pública, o Núcleo Pop Rua. No dia a dia temos que lidar com várias impossibilidades, como promover o auxílio moradia, o abrigo e o atendimento de saúde. Esse prêmio é muito importante pra nós e eu recebo em nome da equipe para que possamos continuar tornando possível, o que aparentemente é impossível”, discursou a defensora pública Fabiana Miranda.

A coordenadora do Instituto África – 900, Patrícia Pinheiro Crisóstomo, falou sobre a importância da homenagem que aconteceu no Espaço Cultural da Câmara de Vereadores: “Os homenageados que estão aqui hoje não estão deixando o legado de Mandela morrer. Nessa data histórica, celebrada no mundo inteiro pelo ONU, a Bahia não poderia ser uma exceção. A Bahia que ele esteve em 1991 e o recepcionou com tanto gosto trazendo esperança de que o apartheid acabasse no mundo”.

Mãe Mara Tessune (Yalorixá e vereadora de Muritiba); o secretário de Cultura de São Francisco do Conde, Osman Ramos; a cantora Margareth Menezes; a jornalista Wanda Chase; o Babalorixá Aristides Mascarenhas e o primeiro coordenador do Núcleo de Religião de Matriz Africana da Polícia Militar da Bahia (Nafro-PM), Tatá Eurico Alcântara, foram alguns dos homenageados.