COMUNICAÇÃO
Defensoria Pública promove palestra em comemoração ao Dia das Mães
O primeiro dia na escola, a adolescência, a formatura. O carpinteiro aposentado, Heberval Fernandes, passou sozinho por essas e muitas outras fases da vida das duas filhas, Ana Carla Fernandes e Silmara Fernandes. Essa e outras histórias de famílias contemporâneas estavam presentes na palestra promovida pela Defensoria Pública do Estado da Bahia – DPE/BA nesta quarta-feira, 4, na Casa de Acesso à Justiça I em comemoração ao Dia das Mães. Na ocasião, além do vídeo sobre a relação entre mãe e filhos(acesse aqui), foram abordados temas como família multiparental, muito comum atualmente.
Heberval ficou viúvo quando suas filhas ainda eram pequenas, mas logo aprendeu a ser pai e mãe das meninas. Na época, a família morava em Santo Antônio de Jesus. Com dificuldades em criar as filhas, eles se mudaram para Salvador, onde tinham alguns familiares. "Sozinho e com duas crianças precisei me mudar. Minha mãe era viva e me ajudava com os cuidados. Depois construímos nossa casa, onde moro até hoje", explicou. Silmara disse que considera o pai também uma mãe visto que ele que assumiu esse papel na família, cuidando dela e da irmã.
"A Defensoria Pública da Bahia está tentando fazer a parte preventiva e educativa com a equipe multidisciplinar de psicólogas e assistentes sociais para tentar resgatar os valores de família e só usar a judicialização do processo quando ela for extremamente necessária. Fora isso, buscamos resolver os problemas valorizando o diálogo", destacou a subcoordenadora da Especializada de Família, Donila Fonseca.
Avó de Marye Cristine Gonçalves, de 13 anos, a dona de casa Maria Joana Gonçalves, de 55 anos, sabe que tem um papel fundamental na vida da neta, que acabou virando filha. Órfã desde os cinco anos, Marye tem em Maria Joana a figura de mãe.
Para ela, é uma experiência diferente, movida por um sentimento único. "Eu vivo isso de ser mãe duas vezes. É uma responsabilidade grande que eu encaro com felicidade, como uma missão que Deus me deu", disse. A filha de Maria Joana, Renata Gonçalves, morreu aos 28, vítima de uma leucemia. A pedido do pai da menina, que não possui condições financeiras, a dona de casa tornou-se responsável pela criação da neta.
Aos 38 anos, com os filhos praticamente criados, Socorro dos Santos assumiu, junto com o marido, a criação do sobrinho. "Ele sempre soube que eu sou a tia dele, mas me chamava de mãe quando pequeno. Realmente esse papel de mãe-tia vai além, na hora de dar educação a ele, sempre fui firme. Mas o amor é multiplicado, amor de mãe e amor de tia. Criá-lo é uma experiência muito boa", explicou.
Ainda de acordo com a subcoordenadora de Família, Donila Fonseca, o que é percebido durante o atendimento é que muitas das demandas levadas a Justiça poderiam ser resolvidas se a sociedade valorizasse o amor no círculo familiar.