COMUNICAÇÃO

Defensoria Pública promove Roda de Conversa sobre os direitos da mulher transexual

17/03/2016 19:53 | Por Daniel Gramacho - DRT/BA 3686 (Texto e Foto)

O auditório da Escola Superior ficou pequeno para mais de 120 pessoas da sociedade civil que estiveram presente ao debate

"Imaginem o que é a vida de uma mulher trans em uma escola. Imaginem uma pessoa com 15 anos que se compreende como mulher trans, na hora da chamada ela ser chamada pelo nome masculino. Vocês conseguem imaginar o bulling, as piadinhas, todo o tipo de discriminação que essa mulher vai sofrer?". Esses foram alguns dos questionamentos apontados pela defensora pública Bethânia Ferreira de Souza durante a Roda de Conversa – Direito à Não Discriminação: Mulheres transexuais, em situação de rua e de prostituição, que aconteceu neste quinta-feira, 17, no auditório da Escola Superior da Defensoria Pública do Estado da Bahia-DPE/BA, promovida pela Especializada de Direitos Humanos da Defensoria.

A mulher trans e convidada como facilitadora da Roda de Conversa, Viviane Vergueiro, disse durante o encontro que o diálogo é importante para "pensar identidades de gênero com diversidades, sob outras perspectivas e perspectivas legítimas, não como desvios, patologias ou transtornos".

O evento contou com grande adesão da sociedade civil, que mais uma vez lotou o auditório da Esdep. As defensoras públicas Viviane Luchini e Roberta Braga, do Núcleo de Defesa da Mulher – Nudem, conduziram o evento e intermediaram o momento dos debates. Antes da participação da sociedade civil no evento, a defensora pública Bethânia Ferreira de Souza abordou o tema identidade de gênero e suas peculiaridades, ressaltando a necessidade de estabelecimento e fortalecimento de políticas públicas para tratar do tema de forma mais humana.

A defensora pública Fabiana Miranda apresentou aos presentes a área de atuação da Equipe Pop Rua, da qual é coordenadora, dando ênfase às mulheres em situação de rua. A Equipe Pop Rua tem se destacado com suas ações no que diz respeito à defesa dos Direitos Humanos, principalmente pelas pessoas que se encontram em situação de maior vulnerabilidade, e que em regra, tem muitos dos seus direitos fundamentais violados, como o direito à saúde, à educação, à moradia e à dignidade humana.

A ouvidora-geral da Defensoria Pública, Vilma Reis, destacou a importância de debater o tema proposto, ressaltando que esta é uma pauta não da Especializada de Direitos Humanos, nem do Núcleo de Defesa da Mulher – NUDEM, mas sim, uma pauta da Defensoria Pública do Estado da Bahia. "O mundo não é somente constituído por cristão, heterossexuais, brancos e de machos. O mundo vai mais além do que este jardim", considerou Vilma Reis.

A assistente social Maria Aparecida considerou o debate muito interessante. "É importante termos estes espaços de discussão, com temas relevantes e sensíveis como o proposto aqui hoje. A Defensoria Pública está de parabéns pela iniciativa. É a primeira vez que venho aqui e pretendo voltar para aprender mais sobre temas tão complexos", afirmou Maria Aparecida. Esteve também presente ao evento a defensora pública Marta Lisiane.