COMUNICAÇÃO
Defensoria Pública realiza curso sobre identidade de gênero para estagiários de Ensino Médio
Curso aconteceu na ESDEP e foi intitulado de 'Curso de Formação Continuada em Gênero e Interseccionalidades'
Com o objetivo de uma melhor formação e conhecimento aos estagiários de nível médio, a Defensoria Pública do Estado da Bahia – DPE/BA realizou o Curso de Formação Continuada em Gênero e Interseccionalidades, no auditório da Escola Superior da Defensoria Pública – ESDEP, nesta terça-feira, 27.
O estágio para nível médio na DPE/BA abrange gente de todas as idades e gêneros, contanto que estejam cursando o ensino regular ou técnico. É o exemplo da estagiária Ariane Bispo dos Anjos, de 41 anos, que foi designada para atuar na Casa de Acesso à Justiça II, terminou seu ensino médio há 16 anos, tem dois filhos e marido, mas resolveu estudar novamente e fazer um curso técnico de administração.
“Tive uma oportunidade de estágio na Defensoria Pública, estou aprendendo, obtendo conhecimento diferente, pois até então estava vivendo o ‘meu mundo’, apenas entre casa e família. Agora estou vendo o mundo de outra forma e pretendo sair deste estágio melhor do que entrei”, concluiu Ariane Bispo.
Já o estagiário Reinaldo de Jesus Barbosa, de 17 anos, atua na Curadoria e acredita que o trabalho na Defensoria Pública contribui para o seu desenvolvimento intelectual e profissional, já que é possível ter noção de coisas na área de Direito – que é a área que ele pretende cursar -, como processos, embargos e petições.
O estagiário Paulo Roberto Anunciação, de 54 anos, estagia no Cerimonial e compreende a importância e o acréscimo, visto que, pretende seguir uma área de comunicação e a Defensoria Pública tem contribuído em relação à sua forma de se comunicar com outras pessoas, ambientes, situações e entidades.
A subcoordenadora da Especializada de Direitos Humanos, Eva Rodrigues, comentou como iniciou a ideia do curso: “Surgiu a partir da experiência e vivência dos nossos estagiários de gêneros. E de compreender que precisamos capacitar os nossos, para que eles possam prestar um atendimento melhor, já que muitas vezes eles são a porta de entrada do nosso assistido da Defensoria”.
“Temos estagiários mais antigos e os que chegaram agora. Foi aplicado um questionário no final do ano passado, para que pudéssemos compreender o nível de conhecimento deles, e a partir daí foi construído o curso. Então este foi construído sob um tripé, que é a questão de gênero, diversidade e racismo institucional. A ideia é que eles possam não apenas apreender o tema, mas se transformar enquanto cidadãos”, explicou Eva Rodrigues.
A professora do Bacharelado em Gênero e Diversidade da UFBA, Maise Caroline Zucco que também compôs a mesa, falou sobre a importância do curso: “A necessidade de ter conhecimento em relação à este tipo de debate para ter condições de promover uma assistência qualificada, principalmente para estes sujeitos que são considerados minorias sociais. Então acho que esta formação é absolutamente importante para este serviço prestado pela Defensoria”.
Compuseram a mesa o coordenador da Especialização em Saúde Pública da Universidade Estácio de Sá, Ailton da Silva Santos e a estudante da Faculdade Baiana de Direito, Sellena Oliveira Ramos.