COMUNICAÇÃO

Defensoria Pública realiza II Casamento coletivo na Penitenciária Lemos Brito

27/10/2017 15:29 | Por Daniel Gramacho - DRT/BA - 3686

12 casamentos foram realizados hoje no II Casamento coletivo na PLB

 

Após ser condenado a 53 anos de prisão Piotr Wascolvisk*, que cumpre pena a sete 7 anos, teve a possibilidade de consolidar a sua união com Scarlete Silva*, por meio da iniciativa da Defensoria Pública do Estado da Bahia – DPE/BA que realizou hoje, 27, o II Casamento Coletivo onde foram sacramentadas 12 uniões.

A história de Piotr Wascolvisk é interessante. Nascido em Alagoinhas, ele veio conhecer sua agora esposa, já no cumprimento da pena. Scarlete também é nascida em Alagoinhas, mas o casal nunca tinha se visto por lá. Há aproximadamente três anos a mãe de Piotr, que é evangélica, levou Scarlete ao sistema prisional para conhecer seu filho. Scarlete disse que orou muito para que ele encontrasse alguém, mas não imaginava que esse alguém seria ela mesma.

“Conheci a mãe dele na igreja. Ficamos amigas e comecei a orar para Deus ajudar o filho dela para que ele se libertasse, mesmo antes da gente se conhecer. Nos conhecemos aqui dentro, iniciamos o namoro e hoje estamos aqui após três anos consumando nossa união”, disse Scarlete Silva.

Para a idealizadora do casamento coletivo, a subcoordenadora da Especializada Criminal e Execução Penal, Fabíola Pacheco, o sistema prisional faz com que a pessoa se sinta abandonada, sendo a família de extrema importância para a recuperação do egresso.

“O que todos devem entender é que essas pessoas estão cumprindo pena, e não foram retiradas delas outros direitos, como o de reconhecimento dos seus filhos e de contrair o matrimônio, por exemplo. A Defensoria Pública da Bahia é a única Defensoria do Brasil a atuar em todo o sistema prisional no estado. Nós percebemos a importância de completar este ciclo, possibilitando a eles o que é um direito”, explicou Fabíola Pacheco.

A coordenadora executiva da capital, Gianna Gerbasi, representou o defensor público geral, Clériston Cavalcante de Macêdo, e explicou que o casamento coletivo promovido pela Defensoria Pública possui todos os efeitos legais de um casamento realizado fora do sistema prisional. “É uma felicidade muito grande, sobretudo, para as mulheres que estão aqui hoje, bem como para a Defensoria Pública cumprindo o seu papel de garantidora de direitos”, considerou Gianna Gerbasi.

Estiveram presentes ao casamento o defensor público Nelson Côrtes, o juiz de direito Antônio Faiçal e a ouvidora-geral da DPE/BA, Vilma Reis.

*Nomes fictícios.