COMUNICAÇÃO
Defensoria Pública se junta a centenas de soteropolitanos na tradicional Lavagem do Bonfim
Do culto ecumênico à caminhada até a Colina Sagrada, DPE defendeu o direito de culto e de crença
Por mais um ano, uma das mais tradicionais festas do estado contou com a participação da Defensoria Pública do Estado da Bahia – DPE/BA. Realizada na manhã desta quinta-feira, 12, a Lavagem do Bonfim reuniu representantes de todos os credos para uma procissão de 8 km em direção à igreja do santo guerreiro. Defensores, servidores e estagiários representaram a DPE, carregando a mensagem “Todo mundo tem o direito de crer”, uma defesa à liberdade de culto e de crença. A Associação dos Defensores Públicos do Estado da Bahia, ADEP-BA, também participou na celebração, evidenciando o dever dos defensores de garantir o acesso à justiça.
Tradição, fé, tolerância e respeito à diversidade religiosa foram as bandeiras levantadas pela DPE, ao longo da caminhada e durante o Culto Ecumênico, que deu início ao festejo. Na Basílica de Nossa Senhora da Conceição, o defensor público geral em exercício, Rafson Ximenes, participou da cerimônia ao lado de representantes de outras instituições públicas, políticos, e grupos religiosos.
Para Rafson Ximenes, é fundamental a participação da Defensoria em uma festa tão tradicional. “Participamos, primeiro, por ser uma festa popular que está na alma da população baiana, que é quem procura os nossos serviços. Além disso, a Lavagem se origina em uma lenda sobre uma prisão injusta que exigia, como forma de purgar, a lavagem da pessoa presa. Tudo isso se mistura com a atividade cotidiana da Defensoria, de garantia à justiça, e com o sincretismo religioso”, defendeu.
O diálogo inter-religioso foi um dos elementos realçados pela diretora da Escola Superior da Defensora pública, Firmiane Venâncio. “O Senhor do Bonfim é uma festa que congraça diversas matrizes religiosas. Acho que o bonito da festa é isso: começar o ano com um sentimento de respeito às diferenças”. A coordenadora executiva das Especializadas da DPE, Gianna Gerbasi, complementou: “Todo ano marcamos presença na Lavagem do Bonfim e estamos aqui para mostrar à população que defendemos os direitos de todo tipo de religião. Somos a favor de todo e qualquer tipo de crença”.
A Associação dos Defensores Públicos da Bahia – ADEP/BA e a Defensoria Pública da União – DPU se reuniram à Defensoria baiana e às centenas de soteropolitanos na caminhada de fé e tradição, margeada pela Baía de Todos-os-Santos. “O pedido que fazemos ao Senhor do Bonfim é para que todos os cidadãos baianos tenham acesso aos seus direitos, principalmente aqueles que mais sofrem abusos. Pediremos também uma maior valorização da instituição e do profissional e uma melhor estrutura de trabalho”, sustentou o presidente da ADEP/BA, João Gavazza.
“É importante registrar e prestigiar a participação da Defensoria nessa manifestação pública e religiosa, mostrando sua proximidade com a população. Fico feliz pelo convite da DPE e da ADEP para representar a DPU nesta caminhada”, afirmou Charlene Borges, defensora pública chefe da Defensoria Pública da União na Bahia.
HISTÓRIA
Uma das mais representativas e populares manifestações culturais da Bahia, a Lavagem do Bonfim é realizada na segunda quinta-feira do ano, reunindo fiéis de todas as religiões.
Os festejos tiveram início no século 18, quando portugueses e escravos preparavam, juntos, a capela para o fim da novena do Senhor do Bonfim. Hoje, religiões que há algum tempo viviam em conflito, na festa unem-se para o ritual comum que leva inúmeros fiéis à cidade baixa.
IMPRESSÕES
"É uma atividade que foi gerada, primeiro pelo compromisso que o defensor público tem que ter nas suas ações. Sabemos que a Defensoria Pública se fortaleceu com a fé de cada um de nós, por isso vamos nesse mesmo propósito de congregar neste mesmo caminho" – Maria Tereza Almeida, defensora pública
"Já virou uma tradição de muitos anos a Defensoria reafirmar a luta pelos direitos humanos. É o seu papel como protagonista e este ano com tema da liberdade religiosa. A Defensoria tem que vir mostrar à sociedade baiana o que representa e o que defende" – Mônica Aragão, defensora pública
"Acho muito importante a Defensoria marcar presença, tanto institucionalmente, como politicamente. Acredito que a Defensoria tem muitos caminhos a trilhar e é importante estar nas manifestações populares" – Francisco Ribeiro, servidor da Defensoria
"Estamos aqui todos os anos na tradição da Lavagem do Bonfim levantando, principalmente, a questão da garantia dos direitos" – Gil Braga, subcoordenador da Especializada Cível e Fazenda Pública
"Vivemos em um estado onde a diversidade religiosa é muito clara. Acho que a palavra de ordem não é tolerar, é respeitar. E a Defensoria demonstra, com essa faixa e com essa fala, a necessidade respeitar todo tipo de crença" – Eva Rodrigues, subcoordenadora da Especializada de Direitos Humanos