COMUNICAÇÃO
Defensoria Pública sedia lançamento do livro Lama & Sangue
Livro é de Cosme de Farias e foi reeditado por Bruno Rodrigues
A trajetória de Cosme de Farias e da Defensoria Pública do Estado da Bahia – DPE/BA se convergem. Ambas são em defesa das pessoas em situação de vulnerabilidade. Desta forma, aconteceu hoje, 19, na Escola Superior da Defensoria Pública – ESDEP, o lançamento do livro Lama & Sangue, uma releitura e reedição feita de um dos poucos livros que Cosme de Farias foi autor.
Responsável pela abertura do evento, a defensora pública atuante na área de Direitos Humanos e coordenadora da Equipe Pop Rua, Fabiana Miranda, comentou sobre seu encantamento com o profissionalismo de Bruno Rodrigues, autor do livro, que tem um amplo conhecimento de história, ativismo e Direito. A defensora pública Fabiana Miranda disse ainda o quanto esta obra é rara e como foi bom resgatá-la para poder conhecer mais sobre Cosme de Farias.
A releitura foi feita pelo advogado, mestre e doutorando em Direito, Estado e Constituição pela Universidade de Brasília – UnB, Bruno Rodrigues de Lima. “O trabalho de Cosme de Farias por longas décadas e a missão institucional da Defensoria Pública têm uma ligação. A Instituição tem como visão e função prestar, defender e auxiliar as pessoas mais vulneráveis para acessar a Justiça. E ao menos 70 anos antes da Defensoria Pública, Cosme de Farias, com as suas poucas forças, seu escritório e através de várias redes que participou, facilitou para que a população desassistida de Salvador acessasse à Justiça”, acrescentou ele. Na ocasião, Bruno Rodrigues ainda ressaltou o quanto é satisfatório retornar a ESDEP, visto que foi onde fez iniciação científica.
Em sua fala, o defensor público Daniel Soeiro fez um comparativo da área penal na época de Cosme de Farias e atualmente com a Defensoria: “O processo penal hoje é muito direcionado para população vulnerável. Através do livro, é possível perceber que na época de Cosme de Frias o processo penal já era assim. É uma perpetuação”.
O psiquiatra e professor aposentado da Universidade Federal da Bahia – UFBA, Antônio Nery, 73 anos, assistiu ao lançamento e comentou sobre a admiração que tinha por Cosme de Farias: “Ele foi talvez o primeiro defensor público. Acho que o relançamento deste livro, escrito por este homem brilhante, quase esquecido da Bahia, é fundamental”.
Autônomo, Jorge Antônio dos Santos Leite, 46 anos, também estava no público e lembrou o quanto Cosme de Farias contribuiu com a mãe dele: “Ele foi um grande homem, que lutou muito pelos direitos das classes desfavorecidas e hoje é pouco lembrado. Inclusive ajudou minha mãe, que todos os anos recebia dele cartilhas e cadernos para escola que ela frequentava”.