COMUNICAÇÃO
Defensoria realiza inspeção em Conjunto Penal de Itabuna que está sob intervenção administrativa
A intervenção foi estabelecida por portaria da Seap e, após prorrogação de 10 dias, deve se encerrar ao fim de março.
Atuando para garantir os direitos dos presos(as) custodiados no Conjunto Penal de Itabuna, a Defensoria Pública do Estado da Bahia (DPE/BA) realizou visita de inspeção à unidade prisional nesta sexta-feira, 17. A inspeção foi sucedida de reunião nesta segunda-feira, 20, entre a direção da unidade, os interventores, a DPE/BA, representantes dos internos e das famílias, além do corpo administrativo da penitenciária que está sob intervenção administrativa temporária desde o dia 7 de março.
“Fizemos inspeção em toda unidade e foram explicadas algumas mudanças na disposição dos custodiados. Acompanharemos os resultados e continuaremos ouvindo os internos para que sua voz seja escutada quanto às mudanças que estão sendo implementadas e para que seus direitos não sejam violados”, explicou o defensor público Gustavo Linhares, que atua na área de execução penal e participou da inspeção e reunião.
Por conta da intervenção, nos dias 8 e 13 de março, defensores e advogados não puderam manter contato com os internos. Desde a intervenção, as visitas de familiares dos presos está suspensa. De acordo com a equipe de intervenção, o impedimento ao acesso da assistência jurídica nos dias mencionados se deu por motivos de segurança que não poderia ser garantida devido a movimentações que estavam ocorrendo na unidade nessas datas, com mudanças de pavilhões, de celas, entre outras atividades.
Segundo o diretor interventor, Archimedes Benicio, a unidade está sendo reorganizada com vistas a “manter a ordem e a disciplina” na unidade. Para tanto, algumas estruturas foram reformadas e a disposição dos internos alterada. Além disso, artigos não autorizados que entraram no presídio foram recolhidos para devolução às famílias, readequando-se os itens que podem adentrar ao local. Também será reativado o pátio de visitas, aumentado de oito para dezesseis quartos de visitas íntimas.
“Estamos observando as mudanças e ouvindo os custodiados sobre a visão deles. Não houve registro de violência física. Esclarecemos que estaremos em constante fiscalização para que os direitos deles sejam observados, conforme exige a legislação pertinente. Solicitamos ainda o contrato de cogestão para fiscalizar os deveres da empresa responsável pela oferta de assistências materiais e serviços, a exemplo de vestuário, alimentação, colchão, que foram objeto de queixas dos internos”, observou Gustavo Linhares.
A intervenção foi estabelecida por portaria da Secretaria Estadual de Administração Penitenciária e Ressocialização (Seap) e, após prorrogação de 10 dias, deve se encerrar ao fim de março.