COMUNICAÇÃO

Defensoria se reúne com quilombolas para debater Via Metropolitana

13/04/2015 20:56 | Por
Representantes da Defensoria Pública da Bahia e das comunidades quilombola Quingoma, Areal e parte de Itinga, em Lauro de Freitas, estão discutindo a articulação de ações no sentido de impedir a retirada dos moradores que serão afetados pelo traçado da Via Metropolitana (Camaçari-Lauro de Freitas). Mais de 40 pessoas participaram de reunião realizada nesse domingo, 12, que contou com a presença também de representantes dos movimentos sociais da cidade. O projeto da nova rodovia prevê um percurso de 11,2 km, composta de duas faixas por sentido de tráfego, ligando CIA-Aeroporto (BA-526) à Estrada do Coco (BA-99). A duração da obra está estimada em 18 meses e será executada pela Concessionária Bahia Norte, ligada à Odebrecht Transport, com investimentos de R$ 220 milhões.

Com atuação na 5ª Defensoria Pública de Lauro de Freitas, o defensor Gilmar Bittencourt já oficiou a superintendência da Secretaria de Desenvolvimento Urbano (SEDUR), Secretaria de Promoção da Igualdade Racial (SEPROMI), Conselho Estadual das Cidades (CONCIDADES-BA) e a Fundação Cultural Palmares (FCP), buscando as informações sobre o projeto, e aguarda as respostas.

No próximo dia 13 de maio será realizada na Câmara Municipal de Lauro de Freitas uma audiência pública para discutir o problema e identificar os possíveis danos à comunidade do Quingoma em virtude da construção da Via Metropolitana. Para as lideranças locais, o projeto pode atingir não só aquela população, mas o bairro do Areal, parte da Itinga, além de outros espaços. Um representante do Conselho de Comunicação e Políticas Públicas da Metrópole de Salvador (COMPOP), da UFBA, está acompanhando este processo.

VIA METROPOLITANA

Segundo o vídeo oficial produzido pela Secretaria de Comunicação (SECOM) do Governo do Estado, "todas as exigências e necessidades de caráter social e ambiental serão atendidas durante a execução do projeto, como forma de contribuir para o desenvolvimento sustentável da região, com o olhar voltado para o futuro".

Para o defensor Gilmar Bittencourt, que participou do encontro, "há muito que se questionar na obra, pois o custo é muito alto para construir um pequeno desvio, quando existem outras alternativas". Ele acrescenta que as comunidades que serão atingidas não foram ouvidas, apesar de o projeto já teve sido iniciado, uma vez que o governador do Estado assinou ordem de serviço em janeiro deste ano.

Informações do site da Bahia Norte indicam que a primeira etapa da obra consiste na execução do plano de afugentamento e salvamento da fauna e da flora local, além da prospecção arqueológica, que acontece paralelamente ao trabalho de supressão vegetal. E que à medida em que as ações de cunho ambiental avançarem serão mobilizados os operários e máquinas para o trabalho de terraplenagem e construção da rede de drenagem da via.