COMUNICAÇÃO
CARNAVAL 2020 – Defesa negra ganha apoio da Defensoria
Terceiro encontro com blocos afro foi realizado na instituição para alinhamentos de ações em prol da valorização da cultura negra
Igualdade racial é um dos principais pontos de atuação que a Defensoria Pública do Estado da Bahia – DPE/BA tem como reforço para este ano. Uma das ações iniciais vem sendo a busca de parceria com tradicionais associações culturais baianas ligadas à cultura afro-brasileira, que servem de base para fortalecer a história e a cultura popular.
E para que haja a efetivação dessa parceria, a DPE/BA promoveu mais um encontro com líderes dos grupos afro Afoxé Filhos de Gandhy, Malê Debalê e Olodum para continuar traçando estratégias e para que possa haver a valorização da cultura negra e, consequentemente, promover a diminuição da desigualdade racial.
De acordo com o defensor público geral, Rafson Ximenes, incentivar a cultura afro-brasileira é uma das melhores formas de lutar contra a desigualdade racial. “A luta contra o racismo tem várias áreas de atuação, e a cultural é uma das mais importantes, pois é ela que abarca a produção artística, a produção acadêmica da população negra e fortalece toda história. Temos que dar a cultura negra o espaço que ela merece ter, um espaço que consiga fugir da perseguição que existe da sociedade, que limita e fecha as portas para toda essa produção”, ponderou o defensor.
Com o carnaval batendo na porta, os líderes aproveitaram para pedir auxílio à Defensoria para dar maior visibilidade no combate ao racismo institucional, que dificulta que os blocos afro baianos tenham a mesma atenção e patrocínio do Poder Público e das empresas privadas durante o carnaval. Nos últimos anos, por exemplo, o bloco afro Malê Debalê registrou dificuldades financeiras para levar seus desfiles às ruas e reduziu o número de participantes à metade, devido à queda de apoio financeiro.
Ainda de acordo com o defensor-geral, na época do carnaval a atenção a cultura e população negra deve ser redobrada. “Carnaval é a maior festa popular da Bahia e do Brasil. Grande parte da produção do que encanta no carnaval é feita pela população negra, mas infelizmente a gente percebe que na hora da visibilidade, na hora do apoio, essa população é quase esquecida. São os negros que são presos no carnaval, são eles que terão dificuldades de achar um lugar para deixar os seus filhos para trabalhar e são eles que encaram as maiores dificuldades. É necessário pensarmos em ações efetivas que quebrem esse cenário que é ocasionado pelo racismo”, finalizou.
Também participaram da reunião as coordenadoras das Especializadas de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente e de Proteção dos Direitos Humanos, Gisele Aguiar e Eva dos Santos Rodrigues, respectivamente, o assessor de gabinete, Alvaro Gomes e a coordenadora da Assessoria de Comunicação da DPE/BA, Vanda Amorim.