COMUNICAÇÃO

Desejo de atuar contra injustiças marca depoimentos de candidatos(as) em concurso para defensores(as) públicos(as) da Bahia

03/10/2021 18:01 | Por Júlio Reis - DRT/BA 3352 | Foto: Júlio Reis e Lucas Cunha

Confiantes na aprovação, alguns dos 369 cans disseram querer atuar combatendo situações de exclusão de direitos fundamentais; 1° e 2° dias de provas registraram 11 ausências

Quem observava as malas dos candidatos(as) que realizaram o segundo dia de provas subjetivas, da segunda fase do VIII Concurso para Defensoras e Defensores Públicos do Estado da Bahia na manhã deste domingo, 3, podia imaginar que todos estavam prontos para viajar tão logo encerrassem o exame no Centro Universitário Estácio, no bairro do Stiep em Salvador. Mas essa era uma dedução equivocada. A bagagem em realidade era composta de livros de legislação (vade mécuns) permitidos para consulta nesta fase do processo seletivo.

Antes dos portões serem abertos, às 8h, o clima na entrada do Cento Universitário era ao mesmo tempo de serenidade e expectativa entre os 369 postulantes às 18 vagas para o cargo de defensora ou defensor público: os/as candidatos/as conversavam entre si ou recapitulavam conteúdos. “O dia final é sempre um dia de muita expectativa pela conclusão de todo o trabalho anterior de preparação. Procuro me distanciar do meu desempenho de ontem e se estou mais confiante para logo mais é apenas por maior afinidade com os temas que serão avaliados”, comentou Ana Flávia Castro, 28, que veio de Juiz de Fora em Minas Gerais.

 

Candidato abre mala com livros de consulta

E o desejo de ingressar na carreira defensorial trouxe muita gente de outros estados à Bahia. Participando de concursos que foram abertos para o posto nos últimos três anos, a brasiliense Maria Paula Borges, 27, diz que é movida pelo sonho de atuar profissionalmente com uma perspectiva de combater as injustiças que marcam o Brasil.

“É um sonho que tenho desde a faculdade: ser defensora pública e trabalhar em favor dos direitos humanos e da melhoria da sociedade brasileira, atuar com as pessoas que estão em situação de vulnerabilidade. A Defensoria pode colaborar muito neste processo ao fortalecer a própria consciência de direitos entre a população. E, evidente, que ia adorar trabalhar aqui na Bahia”, explicou Maria Paula Borges.

 

O sentido vocacional da profissão é o que também marca a busca de Luiz Felipe Cardozo, 35, que já é servidor público no Rio de Janeiro, onde trabalha na Justiça Federal. “O papel da Defensoria é como que resgatar pessoas que foram excluídas e que tem nela seu único caminho de acesso ao Sistema de Justiça. É um sistema que, desde a linguagem, segue excludente. A Defensoria oferece esta porta de entrada e é este papel que me aproxima dela. Atualmente só faço concursos para Defensoria”, disse.

Comparecimento e provas
Dos 380 convocados para a segunda etapa do VIII Concurso para Defensoras e Defensores Públicos do Estado da Bahia, foram registradas 11 ausências entre sábado e domingo, dias de realização dos exames dissertativos. O índice de presença ficou em 97% e o de ausência em 3%.

O defensor público-geral, Rafson Ximenes, vistoria os materiais de consulta

Os candidatos que compareceram para a realização das provas eram recepcionados por uma equipe de 30 defensores(as) públicos(as) que vistoriavam os materiais de consulta para a prova e isolavam aqueles que eventualmente não eram permitidos. Neste domingo, as questões dissertativas demandavam conhecimentos nas áreas de direitos humanos, criminologia e direito e execução penal.

De acordo com a subdefensora-geral, Firmiane Venâncio, as temáticas presentes nas provas estavam alinhadas com o trabalho e o espírito estimulado pela DPE-BA. “Sentimos que os candidatos estão tranquilos em relação as provas porque elas estão bem direcionadas para o cargo. Algumas temáticas foram inclusive discutidas em programas da Defensoria, como o Pedagogia da Esperança, realizado pela Escola Superior da Defensoria. O próprio exame revela nossa preocupação com uma seleção de candidatos que tenham o perfil, a vocação para atuar na Defensoria”, destacou.

Cronograma
De acordo com o cronograma previsto no edital do VIII Concurso, o resultado da prova discursiva de caráter específica será divulgado no dia 8 de novembro. Os recursos poderão ser aplicados nos dias 9 e 10 do respectivo mês. No dia 20 de dezembro será divulgado o resultado após a interposição de recursos. As etapas seguintes incluem ainda a prova de títulos e a aplicação da prova oral.