O desejo de integrar a instituição da qual já foi usuária dos serviços motivou Isis Landim, 32, a acordar bem cedo no domingo, 6, para participar do XIII Exame de Seleção para Estágio Jurídico da Defensoria Pública da Bahia – DPE/BA. Antes mesmo das 7hs, a estudante do 8º semestre em Direito, que mora em Lauro de Freitas, já aguardava a abertura dos portões no Colégio Estadual Senhor Bonfim, nos Barris, em Salvador.

“Eu já usei os serviços da Defensoria, busquei a instituição em Lauro de Freitas para requerer alimentos e fui bem atendida. Eu quero muito passar nessa seleção de estágio, contribuir com a comunidade e, ao mesmo tempo, adquirir conhecimento e prática na área de meu interesse: Direito Penal”, conta Isis, que estudou uma hora por dia para a seleção desde que soube da abertura das inscrições pelas redes sociais da DPE/BA.

Assim como Isis, Isabela Soares, 18, se prepara para a seleção desde que viu a post sobre as vagas para estagiários(as) de nível médio. A estudante acredita que o estágio vai aproximá-la da carreira que deseja seguir. “Meu sonho é ser advogada e, assim que terminar o ensino médio, vou fazer vestibular para Direito. Eu quero esse estágio para me aproximar da instituição, dos(as) defensores(as) públicos(as)”, explica a estudante que também chegou cedo para fazer a seleção.

Estudantes de nível médio fizeram as provas em duas escolas.

Além do Colégio Estadual Senhor do Bonfim, houve aplicação dos exames para estágio de nível médio e técnico em administração, contabilidade, logística e informática no Colégio Estadual Luis Viana, em Brotas. Dos 1002 candidatos(as), 55,69% compareceram às duas unidades de aplicação da prova escrita. No caso dos estudantes de nível superior, o percentual de comparecimento foi de 55,2%. 337 estavam inscritos(as) no processo seletivo.

Os(as) estudantes de Direito foram submetidos(as) a 50 questões de múltipla escolha e uma dissertativa, que entre outras coisas, cobraram conhecimentos gerais de língua portuguesa, aspectos da constituição, legislação, organização e princípios institucionais da Defensoria Pública. Para o exame de nível médio, foram exigidos conhecimentos de língua portuguesa, matemática, raciocínio lógico e conhecimentos gerais em 30 questões.

A estudante do curso técnico em administração, Yasmin Miranda, 17, foi uma das primeiras candidatas a terminar a prova e deixou o Colégio Luis Viana confiante no bom desempenho. “Eu estudei com base nos temas indicados no edital e achei a prova bastante tranquila. Acredito que esse estágio vai me ajudar bastante na minha formação porque no curso, até então, só tenho visto a teoria, além disso vai ser uma ótima experiência para o currículo”, acredita a estudante.

As vagas disponibilizadas nos processos seletivos (74 nível médio e técnico, 40 nível superior) e a formação de cadastro reserva visam a reposição dos postos de estágio na instituição. “Essa é uma demanda constante que nós temos na capital”, explica o diretor da Escola Superior da Defensoria, Clériston Macedo. Para ele, o estágio na DPE/BA funciona como uma via de mão dupla: ao mesmo tempo em que a instituição contribui para a formação dos estudantes como profissionais e cidadãos, os(as) estagiários(as) auxiliam os(as) defensores(as) e servidores(as).

A equipe da Esdep acompanhou a aplicação das provas

“As duas seleções possibilitam à Defensoria da Bahia receber esses estagiários de nível médio e superior para juntar força com os(as) defensores(as) e servidores(as) em prol de uma prestação de serviço público de qualidade para a população que precisa dos serviços públicos da DPE/BA nas áreas para as quais eles(elas) forem selecionados(as)”, ressalta o defensor público.

Formação continuada e acompanhamento

Durante o período de estágio, os(as) selecionados(as) participam de uma formação continuada com temas que fazem parte do dia a dia da DPE/BA e que, muitas vezes, eles não teriam acesso no curso regular que estão frequentando. “Esperamos que eles venham com essa gana de aprendizado e abertura para perceber os problemas reais da sociedade através das pessoas que procuram nossos serviços e disposição para contribuir com a melhoria na vida desses indivíduos”, anseia Clériston Macedo.

Embora o acompanhamento dos(as) estagiários(as) comece efetivamente após a convocação, como acontece em todas as seleções, a equipe da Escola Superior se fez presente nas escolas para acompanhar a aplicação do exame. “Esse é nosso primeiro contato e serve para demonstrar que estamos presentes e seguiremos durante todo o percurso dos(as) selecionados(as)” explicou Maria da Purificação, coordenadora de Estágio de Nível Médio e Técnico.

Yasmim foi uma das primeiras candidatas a terminar a prova

Já o coordenador de Estágio de Nível Superior, Gabriel Tavares, destacou a alegria e expectativa em receber os(as) novos(as) estagiários(as). “Os(as) selecionados(as) devem iniciar o exercício no início de janeiro. A convocação para entrega dos documentos deve sair ainda este ano, bem como o curso de formação e o momento que eles(elas) terão para optar pelas áreas de atuação da Defensoria com disponibilidade de vagas em que desejam atuar”, conta o servidor.

Para Maurício Mascarenhas, coordenador de concursos da Fundação CEFETBAHIA, a aplicação das provas aconteceu em completa normalidade. Ele conta que os obstáculos impostos pela existência de outros processos seletivos na mesma data foram contornados e a Fundação conseguiu garantir o necessário para aplicação da prova.

Compuseram ainda a equipe da Esdep que acompanhou a aplicação das provas Cacilda Queiroz, organização Pedagógica; Barbara da Encarnação, organização de estágio Nível Médio e Técnico; e Larissa Marques, organização de Estágio de Nível Superior.