COMUNICAÇÃO

Dia D: Ação Cidadã Sou Pai Responsável mobiliza toda Bahia em busca do reconhecimento da paternidade

22/08/2023 12:20 | Por Rafael Flores - DRT/BA 5159

Além da capital, a iniciativa alcançou, em parceria com a campanha nacional 'Meu Pai Tem Nome', 13 cidades baianas e impactou centenas de famílias

A Ação Cidadã Sou Pai Responsável ganhou terreno pelo estado e registrou, até o último sábado (19), 356 atendimentos, incluindo exames de DNA gratuitos. Salvador e outras 13 cidades do interior baiano fizeram parte do mutirão promovido pela ação da Defensoria Pública da Bahia – DPE/BA, em parceria com a campanha nacional ‘Meu Pai Tem Nome’, do Conselho Nacional das Defensoras e Defensores Públicos-Gerais – Condege. O foco da ação? Garantir a presença da figura paterna na vida das pessoas, oferecendo exames de DNA gratuitos, alterações de registro e encaminhamentos extrajudiciais.

Juazeiro, Paulo Afonso, Porto Seguro, Vitória da Conquista, Candiba, Cotegipe, Alagoinhas, Camacã, Camaçari, Feira de Santana, Ilhéus, Irecê e Itabuna foram as cidades contempladas, no último sábado (19), o dia D da campanha. No entanto, ainda estão programados mutirões em Alcobaça, Jequié, Dário Meira, Buerarema e Vera Cruz, além dos atendimentos na Arena Fonte Nova, em Salvador, nos dias 22 e 23 de agosto, em colaboração com o Esporte Clube Bahia.

A articulação entre instituições tem sido fundamental para o sucesso da ação. Em Salvador, por exemplo, o diálogo no último fim de semana foi realizado com a Secretaria Estadual de Educação no Colégio Estadual Vila Canária. “O Dia D da campanha Meu Pai Tem Nome é um importante dia de mobilização em todo o país e aqui na Bahia ele se une com a nossa Ação Cidadã Sou Pai Responsável. Em Salvador, os atendimentos aconteceram graças a uma parceria produtiva com a Secretaria Estadual de Educação”, explica a defensora pública geral da Bahia, Firmiane Venâncio.

Seguindo esta mesma visão, Manoel Calazans, assessor especial do gabinete da Secretaria, salientou a relevância educacional da ação. “Trabalhar a questão da paternidade responsável é super importante do ponto de vista social, mas principalmente no contexto educacional. É uma ação que pode ter um desdobramento pedagógico e curricular, então é importante que as escolas aproveitem para incentivar a desconstrução de um tipo de paternidade negligente”, diz.

Ampliando a perspectiva sobre a importância do envolvimento escolar nesse tema, Mariluz Vieira, vice-diretora do Colégio Estadual Vila Canária, ressalta: “Nós sabemos que é uma ação que tem a condição de trazer o reconhecimento da paternidade e a possibilidade de um convívio amoroso e respeitoso, e através desse convívio resolver conflitos. Dentro de um espaço educacional, acreditamos no poder de fomentar ações que criem cenários mais favoráveis para a comunidade, garantindo direitos e promovendo a ideia de família”.

Além do diálogo interinstitucional, a articulação com as comunidades têm provado ser importante para a eficiência da ação. Rége da Bahia, como pediu para ser identificada, é moradora da Vila Canária e conta que passou alguns dias compartilhando a informação nos grupos de WhatsApp do seu bairro. “O nome do pai é importante, o direito à pensão também, mas nada é mais importante que o direito ao laço afetivo. É justo que as pessoas corram atrás desta possibilidade. Nada vai me fazer parar de querer que esse serviço da Defensoria chegue a mais pessoas, pois eu sei o impacto disso na vida do povo carente”, diz, orgulhosa.

Mário Ferreira*, que buscava realizar o teste de DNA após 40 anos de dúvida sobre sua paternidade, foi um dos primeiros a chegar ao Colégio Estadual Vila Canária. “Minha mãe faleceu antes de me confirmar quem era meu pai, apesar de existir a desconfiança, tanto na família da minha mãe quanto na dele. Foi meio difícil convencer de trazer ele até aqui, mas eu contei muito com o apoio da família, tanto os meus tios quanto a minha madrasta, esposa dele, pressionaram para que a gente pudesse fazer o teste de DNA”, comentou Mário. Luiz dos Santos*, o suposto pai de Mário, justificou dizendo que sua resistência era em arcar com os altos custos de um teste de DNA e assim que soube que poderia realizá-lo gratuitamente, através da Defensoria, não hesitou em disponibilizar um pouco do seu sangue para o exame. 

O relato de Mário e Luiz é um reflexo das inúmeras vidas impactadas pela Ação Cidadã Sou Pai Responsável. Cada uma destas trajetórias foi possível devido à incansável dedicação de servidores, servidoras, defensores e defensoras da Defensoria Pública do Estado da Bahia. O sucesso das ações em todo o estado é uma evidência do comprometimento destes profissionais e em reconhecimento a esse esforço coletivo, é importante destacar e agradecer a todos os envolvidos nesta iniciativa.

Eunápolis – O dia D do município foi antes, no dia 11 de agosto, com sete atendimentose seis exames de DNA.

*Nomes fictícios para preservar a identidade.