COMUNICAÇÃO
Diálogos interculturais com a sociedade civil marca encerramento do Congresso de Defensores Públicos
Após três dias abordando temas de relevância para a atuação da Defensoria Pública, o Congresso de Defensores Públicos da Bahia chegou ao fim nesta sexta-feira, 23, com um debate com a participação da sociedade civil. Gabriel Leal, colaborador do coletivo Desabafo Social e Dan Baron, fundador do Instituto Transformance, encerraram o evento. A presidente do Tribunal de Justiça, desembargadora Maria do Socorro Barreto assistiu ao debate ao lado do defensor público geral, Clériston Cavalcante de Macêdo.
"Eu me pergunto porque os movimentos sociais estão apenas nos diálogos interculturais", indagou no começo de sua exposição o colaborador do Desabafo Social, Gabriel Leal. Criado no ano de 2011 em Salvador pela soteropolitana Monique Evelle, o Desabafo Social tem colaboradores jovens espalhados pelo Brasil. A iniciativa busca formas de promover a cultura de direitos humanos, incentivar e estimular o empreendedorismo social e garantir novas práticas pedagógicas com base em indicadores e dados.
Atualmente o Desabafo Social possui quatro projetos que contemplam as áreas de Educação, Comunicação e Empreendedorismo: #NaRoda, Escambo de Ideias, Redes Vivas, Rede Social Ubuntu e Inventividades.
O fundador do Instituto Transformance, Dan Baron, apresentou um vídeo sobre o projeto Rios de Encontro da comunidade Afro-Indígena de Cabelo Seco, Marabá (PR), para oferecer um contexto socioeconômico e cultural sobre o processo de formação artística, cultural e educativa dos jovens em alto risco. Uma dessas jovens é Camylla Alves. "A Camylla pesquisa como narrativas históricas se refugiam nos silêncios da pele e nos gestos do cotidiano. Sua apresentação afirma a escuta a Mãe Terra como caminho único para sobreviver as múltiplas violências sociais e ecológicas da época atual e criar comunidades sustentáveis", explicou ele.
De acordo com Dan, jovens lideranças como Camylla colaboram com a Polícia Militar e são referências na rua, na família, na escola, na cidade e conquistaram o respeito do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente e da Defensoria Pública. Esses jovens resgatam e reinventam sua cultura afrodescendente e já se apresentaram em diversos estados brasileiros e países, como artistas, gestores e produtores culturais. Eles se sustentam através de bolsas que surgem de prêmios nacionais e internacionais.
As participantes do curso de defensoras populares promovido pela Defensoria Pública do Estado da Bahia também participaram do evento. "Sempre é uma oportunidade de agregar conhecimento, de saber que tem mais irmãos defendendo o coletivo nas suas comunidades. Isso é de grande valia e serve para fortificar o trabalho que a gente já faz dentro das comunidades", disse Fabrícia de Jesus, moradora do Alto do Cabrito. A cantora Denise Correia encerrou a atividade ao som de "Milagres do Povo", "Alegria da Cidade" e "É D'oxum".