COMUNICAÇÃO
Direitos fundamentais são abordados em curso preparatório para novos estagiários da Defensoria
A capacitação prepara estagiários para lidar com questões raciais, de gênero e modos de abordagem ao público em situação de vulnerabilidade
Compreender quais são os direitos básicos do ser humano, dentre eles os da pessoa em situação de rua, fez Silas Silva, de 29 anos, se interessar por uma das vagas de estágio de nível médio da Defensoria Pública do Estado da Bahia – DPE/BA. Aprovado na última seleção para estagiários de nível médio da Defensoria baiana, na Capital, o estudante de nutrição agradeceu a oportunidade de fazer parte da instituição.
“Já fui morador de rua e a Defensoria me auxiliou a sair dessa condição. Meu plano é estagiar aqui e ajudar pessoas em situação de vulnerabilidade, como eu já fui um dia”, contextualizou.
Silas é um dos 72 novos estagiários de nível médio que passaram por um curso de capacitação, promovido nesta terça-feita, 3, pela Escola Superior da Defensoria Pública – Esdep.
Para a diretora da Escola Superior, defensora pública Soraia Ramos, o treinamento tem como objetivo preparar os novos integrantes para lidar com questões raciais, de gênero, modos de abordagem ao público em situação de vulnerabilidade, assim também como conhecer a estrutura organizacional, atuação e missão da Defensoria.
Atento a cada palestra, o estudante Guilherme Souza, de 16 anos, também futuro estagiário da Defensoria, contou que já buscou auxílio jurídico na instituição. “Meu pai, por eu ser gay, se recusa a me auxiliar financeiramente. Nós não nos falamos e busquei a Defensoria para mediar esse conflito. Agora, tenho vontade de ajudar o próximo também. Perceber o papel da DPE/BA na sociedade, enxergar o alcance da instituição para com as pessoas em situação de vulnerabilidade social. Fazer parte disso será incrível”, afirmou.
“Cota não é esmola”, cantou a estagiária de pedagogia da Defensoria, Jéssica Gouveia, na abertura do evento. Chegando ao tema racismo institucional, explicado pelo coordenador da sétima regional, Daniel Soeiro, foi posto que a Defensoria tem o papel fundamental de buscar direitos da população em situação de vulnerabilidade. “Trabalhamos para que haja reparação histórica. As cotas são o mínimo que poderiam fazer para que a população negra tivesse acesso à espaços de direito”, destacou.
“É importante perceber o lugar do outro e ter empatia ao trabalhar na Defensoria”, pontuou a pedagoga da Esdep, Cassilda Queiroz, ao palestrar durante o curso. Além disso, a pedagoga explicou o conceito de política, deixando claro que ao fazer parte da DPE/BA, o estagiário terá oportunidade de ingressar numa instituição que pensa na política inclusiva.