COMUNICAÇÃO
Documentário conta histórias de vidas transformadas após atuação de Unidade Móvel da Defensoria por recantos da Bahia
Filme foi lançado na noite desta quinta-feira, 9, na Saladearte Cinema do Museu, com presença de defensores(as), servidores(as), estagiários e autoridades. Roteiro tem como fio condutor histórias humanas dos assistidos
Promoção de cidadania e direitos, identidades resgatadas, vidas transformadas graças a passagem da Unidade Móvel de Atendimento da Defensoria Pública do Estado da Bahia (DPE/BA) pelo interior do estado. Este é o ponto central do documentário “Onde é que a gente estava? UMA: a chegada da esperança”, exibido na noite desta quinta-feira, 9, na Sala de Arte do Cinema do Museu em Salvador.
Defensores(as), servidores(as) e estagiários(as) da DPE/BA, além de autoridades e convidados, puderam assistir em primeira mão o média metragem de 55 minutos, produzido e realizado pela Assessoria de Comunicação da Instituição. O filme aborda o trabalho do caminhão de atendimento na promoção do acesso à justiça por recantos da Bahia. A exibição foi seguida de debate com a participação do defensor público geral, Rafson Ximenes, do ex-deputado federal, Amauri Teixeira, e da assistida Nísia Cardoso, uma das retratadas no filme e atendida pela Unida Móvel. O debate foi mediado pelo coordenador da Assessoria de Comunicação, Alexandre Lyrio, que dirigiu o documentário junto com Dedeco Macedo, realizador audiovisual Ascom.
“Existiram e existem vários tipos de situações complicadas, tristes e difíceis que tenho que passar para ser quem sou. A Defensoria chegou na minha vida para me ajudar bastante. Se realizou como que uma mágica na minha vida”, comentou durante o bate papo Nísia Cardoso, que obteve retificação de nome e gênero durante itinerância da UMA na cidade de Canudos em setembro de 2022.
Para o defensor público geral, o filme revela que a democracia segue frágil enquanto houver desigualdades. “Sem deixar de ressaltar a competência de nossa equipe de comunicação, o que se destaca nesse filme é a vida real acontecendo e com ela a questão que Fabiana Miranda [defensora pública] observou durante um atendimento: onde é que estávamos que não percebemos que a desigualdade no acesso à Justiça não é democracia?”, salientou Ximenes.
Já o ex-deputado federal Amauri Teixeira se emocionou com o filme. Amauri foi o relator da Emenda Constitucional 80, que a partir de 2014 projetou a obrigação do poder público de universalizar o acesso à Justiça e garantir a existência de defensores públicos em todas as unidades jurisdicionais no prazo máximo de oito anos. Professor de Direito Constitucional, ele defendeu que o filme da UMA seja apresentado na Assembleia Legislativa e na rede de ensino. “O filme é fantástico e fala por si”, resumiu. Na avaliação de Teixeira, mesmo quando a Defensoria alcançar todas as comarcas, como a Constituição exige e prevê, será necessário o trabalho itinerante da UMA para atender as periferias.
O jornalista Alexandre Lyrio destacou os esforços de todos que participaram do documentário, desde os membros da Ascom que contribuíram para a produção até os defensores(as) e personagens. “É um filme que tem como fio condutor as histórias humanas dos assistidos”, explicou. “Mesmo com todos os avanços que a Ascom tem tido nos últimos tempos, tanto de estrutura quanto de pessoal, fazer esse filme foi uma grande ousadia da nossa parte. Um filme desse exige tempo, equipamento, gente envolvida. Foi uma luta, mas conseguimos”, comemorou Lyrio.
Dedeco Macedo, que além de diretor também assina o roteiro e a montagem, disse que o documentário é pra ser sentido e absorvido na percepção de cada um. “Eu só espero que tenha sido tão bom quanto foi pra mim ali pensando o filme, gravando e depois juntando cada bloco, cada peça na edição pra construir uma narrativa que contasse todas essas histórias de vida pessoais e profissionais”, disse Dedeco.
Além de depoimentos de inúmeros assistidos, o documentário conta com entrevistas de diversos servidores e defensores(as), a exemplo do defensor público Cleriston Macêdo, idealizador do projeto da UMA, do motorista do caminhão, Roberto Reis, do servidor de operações e logística, Marcos Silva, do defensor público e ex-coordenador da UMA, Marcos Vínicius Almeida, além dos atuais coordenadores da Unidade Móvel e do Núcleo de Integração da DPE/BA, Cristina Ulm e Gil Braga, entre outros.