A Sala Walter da Silveira da Biblioteca Pública do Estado, nos Barris em Salvador, ficou lotada para o CineDebate, mais novo projeto da Defensoria Pública do Estado – DPE/BA. Eu não sou um homem fácil foi o filme escolhido para a primeira sessão, que contou com os comentários de Charlene Borges, defensora pública federal e coordenadora do grupo de trabalho Mulheres DPU e Lívia Sant’anna Vaz, promotora de justiça estadual e coordenadora do Grupo de Atuação Especial em Defesa da Mulher.

Coordenadora da Defensoria Especializada de Direitos Humanos e uma das idealizadoras do projeto, Lívia Almeida considerou o evento, que aconteceu na última sexta-feira, 12, um sucesso. “Estávamos com a sala de cinema cheia  e os palestrantes e a plateia ajudaram muito na condução do debate. Esperamos que nas próximas edições o Cine Debate cresça ainda mais, até pelo sucesso que foi hoje, que cada vez mais pessoas possam ser atingidas e tenham acesso às discussões sobre diversos assuntos de interesse da sociedade”, avaliou.

O filme é uma comédia que narra a história de Damien, um personagem machista que acorda em um mundo paralelo dominado por mulheres, onde ele entra em conflito com uma poderosa escritora. Charlene Borges elogiou a escolha do filme: “Quando a gente observa o homem em um papel de submissão, o filme cumpre bem a sua ideia. Foi bem didático para mostrar essas relações através da ferramenta da inversão, ainda que ele possa confundir a noção de feminismo como a inversão do machismo”.

“Existem dois pontos de alerta pra se perceber e se falar de machismo, o primeiro é quando você não consegue explicar para uma criança por que as coisas são como são e o segundo é quando você inverte os papéis e você acha muito estranha esta inversão, este é o caso do filme”, pontuou Lívia Sant’anna. 

A plateia estava composta de forma diversa: estavam presentes os defensores públicos recém empossados, estudantes da Escola Estadual Senhor do Bonfim e comunidade em geral. A professora aposentada Maria Dalva Messias parabenizou a Defensoria pela iniciativa e achou interessante a presença dos jovens. “Achei de extrema importância  a participação dos alunos da escola pública, é o jovem quem tem a possibilidade de mudar o mundo que a gente observa hoje, então é para eles que temos que falar mesmo. Também parabenizo a escolha das palestrantes, que mostrou um diálogo entre a DPE/BA com a Defensoria Pública da União – DPU e o Ministério Público”, comentou.

Não vai demorar para a próxima sessão acontecer, no dia 20 de setembro será a vez de assistir e discutir o documentário Auto de Resistência com a presença da diretora Natasha Neri. No dia participam ainda do debate a socióloga Vilma Reis e o investigador da Polícia Civil da Bahia e membro do Coletivo Policiais Antifascismo Kleber Rosa.