COMUNICAÇÃO

DPE encerra semana de palestras sobre violência contra o idoso com representantes do Abrigo Salvador

03/06/2016 16:38 | Por Cláudio Jansen - Estagiário
As palestras tiveram o intuito de conscientizar os assistidos a combater a violência contra a pessoa idosa

Encerrando o ciclo de palestras da semana do idoso, a Defensoria Pública do Estado da Bahia – DPE/BA realizou nesta sexta-feira, 03, uma palestra com os cuidadores profissionais do Abrigo do Salvador para os assistidos na Casa de Acesso à Justiça I, no Jardim Baiano. Na ocasião, houve uma troca de experiências com os participantes da mesa: a coordenadora de assistência do Abrigo do Salvador, Jeane Ramos, a cuidadora de idosos, Adilene Bastos, e o coordenador dos cuidadores do abrigo, Emerson José. Na ocasião, foram mostrados os cuidados que se deve ter com os idosos, além de estimular a autonomia dos mesmos, destacando os principais desafios encontrados nessa idade.

A palestra destacou a importância de desconstruir a ideia de que o idoso perdeu a sua autonomia quando chega à terceira idade. "As pessoas pensam que o idoso perdeu sua autonomia de vida quando completa 60 anos, e o fator familiar vira algo complexo – Quem vai cuidar dele? – sendo que o idoso pode se responsabilizar por suas necessidades, exceto em casos que a doença não permita isso. A medicina preventiva está aí para provar que os idosos estão envelhecendo com qualidade", pontuou a coordenadora de assistência do Abrigo do Salvador, Jeane Ramos.

A população precisa compreender que devemos atender as necessidades do idoso, mas também se conscientizar que a vida não para aos 60. No Abrigo do Salvador, por exemplo, os idosos comemoram todas as festas que participamos aqui fora. Seja Carnaval, Lavagem do Bonfim, São João, Natal, entre outras, eles sempre festejam da forma deles. A vida continua independente de idade.

Outro ponto em destaque foi a necessidade de parar de infantilizar o idoso. "Nós não perguntamos no Natal, por exemplo, se o idoso quer ou não usar o gorro do Papai Noel. Simplesmente, vamos lá e colocamos. As pessoas riem quando uma pessoa idosa arruma um (a) namorado (a). Isso reflete o que pensamos, que o idoso deve se limitar quando chega aos 60 anos. Enquanto não é isso. Devemos entender que a vida segue normal para eles. Isso ajuda a retardar o processo de demência que aflige a idade", enfatizou a assistente social, atuante no Centro de Atendimento Multidisciplinar da Especializada do Idoso, Raissa Aquino.

A subcoordenadora da Especializada de Proteção a Pessoa Idosa, defensora pública Laise Carvalho, ressaltou que esse evento foi importante para conscientizar os assistidos no combate contra a violência à pessoa idosa: "Foram informadas as diversas formas de violência e, muitas vezes, são cometidas violências sem saber que são. Por exemplo, a forma pejorativa e jocosa com que são tratadas as pessoas idosas por se comportarem de uma forma diferente do que se espera deles nos padrões que a sociedade, de certa forma, impõe. Deve ser respeitada a autonomia do idoso, enquanto pessoa. Não só porque se tornou idoso que perde seu direito de escolher como se vestir, como se comportar socialmente, do seu relacionamento afetivo e amoroso. Isso deve ser respeitado".

A defensora pública ainda orientou como as pessoas podem denunciar casos de violência ao idoso, pois na especializada, muitas vezes, a maioria das situações são de familiares que vão exercer esse cuidado. São os cuidadores familiares. "Eles são informados que têm cursos específicos para que saibam como cuidar dos idosos, porque muitos não têm condições de pagar um profissional. Então, é um familiar que fica voltado a esses cuidados. Mas como as situações de violência, em sua maioria, ocorrem por um familiar, que o idoso detém confiança, é preciso informar a essas pessoas que elas não têm esse direito absoluto e, em casos de violência contra o idoso, qualquer pessoa pode procurar as autoridades competentes – Defensoria Pública, autoridades policias, Ministério Público, qualquer delegacia, principalmente a do idoso, para que possam ser apuradas essas situações e serem sanados esses problemas", esclareceu Laise Carvalho.

As palestras aconteceram em razão do Dia Mundial de Conscientização da Violência contra a Pessoa Idosa, celebrado dia 15 de junho.