No mês da Consciência Negra, o maior terreiro de Salvador – o Terreiro Bate Folha – foi homenageado na Assembleia Legislativa da Bahia pelos seus 100 anos de fundação. A sessão solene, que contou com a participação da Defensoria Pública do Estado da Bahia – DPE/BA, foi proposta pelo deputado Bira Coroa e realizada na tarde de quinta-feira, 24. Sacerdotisas e sacerdotes, representantes da sociedade civil e do poder público participaram da sessão especial, que abriu a programação para celebração do centenário do terreiro.

Reconhecendo a importância de celebrar a liberdade religiosa e a pluralidade cultural, o subdefensor público Rafson Ximenes destacou o mérito do evento. "Homenagear um dos terreiros mais antigos da Bahia é atuar em prol da defesa dos diretos da população negra, de sua liberdade religiosa e sua ancestralidade", assegurou. O proponente da sessão, deputado Bira Coroa, explicou o porquê da homenagem. "Comemorar esses 100 anos é reconhecer a luta por uma sociedade mais igualitária e justa, que todos nós acreditamos", afirmou.

Ações

A Defensoria Pública mantém ao longo de novembro ações que visam resgatar a memória de lutas e conquistas da população negra. Na última quarta-feira, 23, foi realizado um Júri simulado para a defesa da líder malê Luiza Mahin, acusada há 181 anos de crimes contra a Coroa Portuguesa e por sua relação com a Revolta dos Malês. O julgamento, que absolveu a personagem histórica, inaugurou o projeto piloto Júri Simulado – Releitura do Direito na História.

Dando continuidade as atividades desenvolvidas em atenção ao Novembro Negro, dia 28 de novembro será a vez da DPE apresentar seu Grupo de Trabalho de Religiões Afro-brasileiras, coordenada pela Especializada de Direitos Humanos. Na ocasião, será lançada a cartilha "Direito das Religiões Afro-brasileiras – Um Povo, Várias Crenças", que visa à orientação da população sobre os direitos das religiões de matriz africana.