COMUNICAÇÃO

DPE/BA realiza palestra com representantes das Obras Sociais Irmã Dulce sobre saúde do idoso

02/06/2016 16:28 | Por Cláudio Jansen - Estagiário
As palestras encerram nesta sexta-feira, 3, na Casa de Acesso à Justiça I

Você costuma ceder lugar ao idoso no ônibus? E sobre o idoso pegar ônibus em horário de pico e cheio? Você permanece no lugar que, por lei, o pertence? Você maldiz dele e ainda o julga mal? Caso você se identifique com algum desses questionamentos anteriores, você está contribuindo com a cultura de violência ao idoso, ainda que não entenda como tal.

A falta de empatia com o idoso é um problema social. Diante essa realidade, a Defensoria Pública Estadual da Bahia – DPE/BA realizou hoje, 02, mais uma palestra com o intuito de combater à violência contra a pessoa idosa. Dessa vez, foram convidadas representantes das Obras Sociais Irmã Dulce – OSID: a enfermeira principal Marta Fragozo e a assistente social Maria Aparecida Miranda. Ambas palestraram sobre o que são as obras sociais, além dos processos que envolvem o envelhecimento, a saúde física e mental do idoso, o trabalho realizado com as famílias e cuidadores da melhor idade, além de como agir e intervir em situações de abandono dos mesmos. A última palestra será amanhã, 3, com cuidadores de idosos, sejam profissionais e/ou familiares.

Marta Fragozo, enfermeira principal das OSID, destacou a importância de acabar com a cultura de violência a pessoa idosa: "Falar mal, abusar sexualmente e psicologicamente, negligenciar o idoso – não dando-lhe cuidados básicos como higiene e alimentação – abusar financeiramente, entre outros, são violências que precisam ser denunciadas." Fragozo ainda pontuou que o abandono institucionalizado – que se caracteriza por colocar os idosos em asilos e abrigos, mas não dar aos mesmos assistência familiar, fazendo visitas, participando da sua vida. Isso também é violência contra a pessoa idosa, ainda que muitos não entendam dessa forma.

A expectativa de vida do idoso hoje é considerada saudável. A percepção de idosos sem dente, que usam bengala, que andam com a coluna envergada, está se desconstruindo cada vez mais. Segundo a assistente social das OSID, Maria Aparecida Miranda, "o idoso não é mais um segundo plano. Temos que ter consciência que envelhecemos desde que nascemos. O ‘novo idoso' é ativo e precisa ter seus direitos garantidos pelos órgãos públicos e sociedade".

A defensora pública Laise Carvalho, subcoordenadora da Especializada de Proteção a Pessoa Idosa, apontou que a área de saúde é a porta de entrada para situações de violência. "O profissional de saúde pode identificar suspeitas tanto de violência física, como psicológica, e a partir daí desenvolver o trabalho. As obras sociais tem o trabalho de convivência. Os idosos que estão deprimidos, por exemplo, recebem atividades para melhorar a autoestima. Então, vejo no olhar dos idosos a felicidade em participar e em se sentir vivos, o que é mais importante", pontuou Carvalho.

Laise Carvalho ainda destacou que o perfil comum é o idoso em casa, sentado, assistindo à televisão. O objetivo é conscientizar o próprio idoso e os familiares de que ele continua sendo sujeito de direito e tem participação ativa na sociedade, mesmo estando aposentado: "Não significa que ele deve ser segregado, mas sim continuar tendo encontros com todas as outras idades para que possa ter um intercâmbio de experiências".

A senhora Maria de Lurdes, de 70 anos, que é assistida pela DPE, além de ter gostado da palestra, disse que o aprendizado foi grande e que não sabia que tinha direito a alguns benefícios informados durante a palestra. Ela disse que irá repassar essas informações para seus familiares.