COMUNICAÇÃO
ELEIÇÕES 2022 – Votação nas unidades prisionais acontece com acompanhamento da Defensoria
817 presos provisórios no estado estavam aptos para votar no primeiro turno das eleições gerais que aconteceu no último domingo.
Ao todo, 8.874.509 milhões de baianos(as) foram às urnas no último domingo, 02, exercer o direito constitucional de votar para eleger seus representantes como deputados estaduais e federais, senador, governador e presidente. Entre esses(as) eleitores(as), estavam os(as) presos(as) provisórios(as), que puderam exercer a cidadania nas cinco zonas eleitorais instaladas em estabelecimentos prisionais do estado.
Em Salvador e Feira de Santana, a Defensoria Pública da Bahia – DPE/BA acompanhou as votações para garantir que os(as) internos(as) exercessem o direito ao voto. Durante o dia de votação, a instituição verificou se o local de instalação das zonas eleitorais era adequado, se era cumprida a rotina de levar todos os internos aptos a participar do escrutínio às urnas, se a votação era feita de forma livre, consciente e secreta pelos presos.
O coordenador da Especializada Criminal e de Execução Penal da DPE/BA, Pedro Casali Bahia, avaliou que a votação aconteceu dentro da normalidade. Junto com a também coordenadora da Especializada, Fabíola Pacheco, ele visitou as zonas eleitorais instaladas no Presídio e na Cadeia Pública de Salvador. “A votação foi tranquila, houve um procedimento bastante eficiente dos diretores para a votação dos internos”, afirmou Pedro Casali.
A garantia de voto dos presos provisórios é uma conquista na qual a Defensoria da Bahia teve participação efetiva. A pauta foi levada ao Tribunal Regional Eleitoral/BA em 2008, já foi objeto de ação da instituição em 2010 e, no mesmo ano, foi pacificado com o acordo de cooperação técnica assinado em Brasília, que também estabelece a garantia do direito de voto para adolescentes em conflito com a lei privados de liberdade.
Desde as eleições de 2018, DPE/BA e TRE/BA possuem termo de cooperação para possibilitar o exercício do direito ao voto pelos presos provisórios e adolescentes(as) cumprindo medida socioeducativa. “Desde então, a Defensoria acompanha a votação para que esse público possa exercer seu direito ao voto, que é um direito inerente à sua própria cidadania. A instituição fica atenta desde o cadastro inicial dos presos até o momento da efetiva votação e, além disso, indicamos servidores para atuar como mesários”, explica o defensor público Pedro Bahia.
De acordo com o TRE/BA, 817 presos provisórios e 77 adolescentes custodiados no estado estiveram aptos a votar nas eleições gerais. Desses eleitores, mais da metade dos presos (482) e 33 adolescentes estavam internados em Salvador. Para garantir o voto desse público, foram instaladas oito zonas eleitorais em conjuntos penais e unidades de internação da capital e do interior (três em Salvador, duas em Feira de Santana e três nas cidades de Vitória da Conquista, Juazeiro e Barreiras).
Votação em Feira de Santana
Em Feira de Santana, com acompanhamento da Defensoria, 69 custodiados exerceram o direito de voto no Conjunto Penal do município. A lista oficial de aptos para exercer a cidadania pelo voto totalizava 86 eleitores, no entanto, segundo explica a coordenadora da 1ª Regional da Defensoria, Liliana Amaral, alguns dos presos provisórios alcançaram liberdade ou foram transferidos para outras unidades antes da votação.
Ainda de acordo com a defensora pública, os trabalhos eleitorais na unidade prisional “transcorreram em total regularidade”. Ela destacou ainda que a instalação da seção eleitoral no Conjunto Penal de Feira aconteceu após atuação da Defensoria Pública e “constitui uma conquista relevante para o segmento dos custodiados, como forma de participar efetivamente do processo eleitoral, escolhendo os seus representantes como expressão da liberdade política e dos direitos constitucionais que lhes são garantidos”.
As servidoras Vanessa Sampaio, Ana Carolina Soares, Fabiany Matos e Tamilles Porto trabalharam como mesárias no Conjunto Penal de Feira.