COMUNICAÇÃO

Em dia Nacional da Visibilidade Trans, Defensoria inicia 5° Mutirão de Adequação de Nome e Gênero

29/01/2021 18:32 | Por Júlio Reis - DRT/BA 3352 | Foto: Sindicato dos Psicólogos do Estado de São Paulo

Já foram 241 inscrições válidas, com apresentação dos documentos necessários para início do processo de alteração de registro

Como marco das comemorações do dia Nacional da Visibilidade Trans, a Defensoria Pública do Estado da Bahia – DPE/BA iniciou nesta sexta-feira, 29 de janeiro, mais um Mutirão de Adequação de Nome e Gênero. A iniciativa busca oferecer acesso à justiça para as pessoas trans que queiram modificar seus nomes civis em conformidade com o gênero com a qual realmente se reconhecem.

A adequação visa assegurar mais cidadania e dignidade para um grupo que segue alvo de preconceitos e violações de direitos. Por conta da pandemia da covid-19, todo o atendimento está sendo realizado por via remota a partir de contato inicial, por meio de mensagens de whatsapp, para o número (71) 99726-0487. O Mutirão, que está na sua 5° edição, seguirá aceitando inscrições, por este meio, até o dia 5 de fevereiro.

“Podem se inscrever pessoas trans maiores de 18 anos, que residam no estado da Bahia e preferencialmente em cidades onde a Defensoria está instalada ou atua”, apontou a defensora pública e uma das coordenadoras da Especializada de Direitos Humanos, Eva Rodrigues, em entrevista ao programa TVE Revista da TVE Bahia nesta sexta.

De acordo com a defensora pública e também coordenadora da Especializada de Direitos Humanos, Lívia Almeida, já foram 241 inscrições válidas, com apresentação de toda documentação necessária desde a divulgação de abertura do Mutirão. Destas 114 se referem à capital baiana e 97 ao interior do estado.

“Como estamos neste contexto de pandemia, o atendimento inicial vai prosseguindo no decorrer do mês de fevereiro. Certamente vamos seguir além do dia 5 de fevereiro devido a esta grande demanda. Começamos com a triagem, daí segue para a emissão das certidões necessárias e daí para os defensores fazerem os termos e declaração”, explicou.

Lívia Almeida destaca também que apesar do Mutirão, os processos de adequação podem ser realizados durante todo o ano. “Muitas pessoas ficam esperando a ocorrência de mutirões para nos procurar. No entanto, atendemos durante o ano todo”, diz.

Um dos parceiros da iniciativa é a Associação dos Registradores Civis das Pessoas Naturais do Estado da Bahia (Arpen-BA). De acordo com Daniel de Oliveira Sampaio, presidente da Associação, a entidade irá recepcionar e dar prioridade aos requerimentos encaminhados pela Defensoria.

“Estamos mobilizando toda a classe para que se abstenham de cobrar as taxas de comunicação aos órgãos oficiais. Isso porque mesmo no caso de hipossuficiência [carência financeira] não há previsão para isenção deste tipo de cobrança. Temos solicitado a todos a compreensão e engajamento no sentido de dispensar o recolhimento destes valores”, afirmou.

Outros apoiadores da iniciativa são o Casarão da Diversidade e o Grupo Mães do Arco-Íris, além da cantora Majur que é madrinha desta edição após ter participado do mutirão realizado em 2020, no qual fez a adequação do seu nome, passando a usar oficialmente o nome Majur em sua carteira de identidade.

Custos
A mudança de nome, para os assistidos pela Defensoria, não implica custos, exceto pela necessidade de emissão das certidões de protesto e a comunicação aos órgãos públicos como Receita, Tribunal Regional Eleitoral, entre outros. A partir de agosto de 2019, numa articulação da Defensoria com a Corregedoria do Tribunal de Justiça e a Arpen-BA, um provimento do Tribunal de Justiça da Bahia garantiu a isenção/gratuidade com os custos para averbação e adequação nos cartórios de registros civis de pessoas naturais no caso de alteração de nome desta natureza.