COMUNICAÇÃO

Em palestra para juventude, Vilma Reis se despede da Ouvidoria Geral da Defensoria

20/05/2019 18:25 | Por Júlio Reis - DRT/BA 3352

Para Vilma Reis, formação é momento chave para fortalecer a percepção de jovens como agentes de transformação social cidadã

Temas como guerra às drogas, os impactos da lei anticrime na população negra e o feminicídio marcaram a palestra de Vilma Reis no curso Juventude: Desafios e Oportunidades, dirigido aos estagiários de nível médio e médio técnico da Defensoria Pública do Estado da Bahia – DPE/BA.

O encontro ocorreu na manhã e tarde desta segunda-feira, 20 e foi promovido pela Escola Superior da Defensoria – Esdep e marcou a despedida de Vilma Reis à frente da Ouvidoria Geral da instituição. Para Vilma o processo de formação continuada de estagiários é momento chave para fortalecer a percepção sobre o papel da Defensoria e como podem ser agentes de transformação social.

“Vim do movimento estudantil, do movimento negro, do movimento de mulheres. Se a gente quer a juventude negra viva, isso passa por seguirmos com uma relação de envolvimento e formação. Em todos esses movimentos a juventude tem uma presença marcante e potente. Precisamos continuar por todos aqueles jovens que são humilhados e têm sua vida interrompida”, declarou Vilma Reis.

Para Vilma, não havia lugar melhor para encerrar formalmente a presença na DPE/BA. “Os estagiários e estagiárias que vem aqui são de todos os bairros populares de Salvador. O que a gente quer é que eles se encantem com os direitos humanos. Que eles e elas sejam agentes potentes de transformação da sociedade e de difusão dos valores dos direitos humanos, onde quer que estiverem. É isso que promovemos na jornada de formação continuada”, acrescentou.

Assumirá o posto de Ouvidora Geral a assistente social Sirlene Assis, eleita no dia 7 de maio pelo Conselho Superior da Defensoria.

Também presente no curso, a defensora pública e diretora da Esdep, Soraia Lima Ramos, incentivou os estagiários a se envolverem e não terem medo de errar no cumprimento de suas atividades.

“Também fui estagiária da Defensoria, quando mais jovem. Nós temos que ver as pessoas, ajudá-las, fazer a diferença para aqueles que precisam de nós: este é o papel da Defensoria. Vocês estão aprendendo e crescendo, não tenham medo de errar. Errar faz parte do nosso desenvolvimento”, destacou Soraia Ramos.

Estagiários

Para o estagiário Murilo Muniz, 17 anos, há cinco meses como estagiário da Defensoria, os eventos de formação são importantes para adquirir novos conhecimentos e perspectivas.

“Estes encontros são importantes porque aprender é sempre muito bom. Eu pude rever e mudar minhas ideias sobre a questão LGBT, por exemplo, quando me apresentaram informações que eu não encontrava lá fora, na escola, com amigos ou mesmo em casa”, disse Murilo Muniz.

Além disso, como considera a estagiária Lúcia Adonis, 18 anos, e há dois meses estagiária da Defensoria, os temas abordados na palestra devem ser discutidos.

“Muita gente diz que política, religião não se discutem, mas eu considero que tudo isso deve ser discutido. Não se dá um passo na vida sem que estas questões não nos atinjam, nos influencie. Só de estar estagiando na Defensoria eu já acho super legal, porque ela ajuda as pessoas que não tem condições, por exemplo” disse Lúcia.

Além de dezenas de jovens estagiários, também participaram do encontro a pedagoga da Esdep, Cacilda Queiroz, e a coordenadora de estágio nível médio, Maria da Purificação. Em Salvador a Defensoria tem 182 estagiários destes níveis, sendo que 73 são de nível médio e 109 de nível técnico.