COMUNICAÇÃO
Em reunião com Secretarias, Defensoria busca solução para estudantes de Pernambués
Cerca de 600 crianças estão impossibilitadas de ter aulas em duas escolas municipais de Pernambués. As más condições de infraestrutura da Escola Municipal Frei Leônidas e da escola do Centro Social Urbano revelam o sufoco que os pais vêm enfrentando para garantir um direito básico a seus filhos: o acesso à educação. Na manhã desta quarta-feira (13), um encontro promovido pela Defensoria Pública reuniu representantes da Secretaria Municipal de Educação, da Secretaria de Estado de Assistência e Desenvolvimento Social - Sedes, representantes das escolas e da comunidade para definirem o destino das crianças, que, desde maio, estão sem aula.
Na escola CSU de Pernambués, parte do telhado desabou. Para a segurança dos estudantes, as aulas foram suspensas. A Prefeitura de Salvador pede um prazo até o final do ano para relocar as crianças e, até lá, sugere que elas permaneçam na escola. A defensora pública Fabiana Almeida informou que entrará em contato com engenheiros da Superintendência de Conservação e Obras Públicas do Salvador - Sucop - para avaliar a possibilidade de reativar a Escola CSU em situação emergencial. Caso não seja aprovada, a defensora firma que se reunirá com a Secretaria da Educação para avaliar uma nova alternativa.
A Coordenadora de Ações Intersetoriais da Sedes, Kátia Rocha, afirmou que o Estado e a Prefeitura estão trabalhando juntos para resolver o problema. Acontece que o imóvel locado pela Prefeitura para transferir as crianças do CSU também não está em condições de abrigá-las. O assessor técnico da Secretaria de Cultura do Estado da Bahia - Secult, Antônio Melo, também presente na reunião, garantiu a visita de técnicos ao espaço locado para verificar as intervenções necessárias na próxima sexta-feira (15). O assessor ainda afirmou que somente após essa avaliação técnica será possível estabelecer prazos para o retorno das crianças. Segundo o representante da comunidade de Pernambués, Manoel Messias, algumas mães já perderam emprego porque não têm com quem deixar as crianças e outras estão em depressão por conta do fato.
A situação da Escola Frei Leônidas não é diferente. A Codesal também condenou o local e as crianças que estão em casa desde maio correm o risco de não poderem retornar à escola em 2012. Ao ser questionado pela defensoria sobre as medidas imediatas para que as crianças retomem as aulas, o assessor técnico da Secult afirmou que não há recurso disponível imediatamente para reformar o local e que aguarda a autorização do Ministério Público para as reformas emergenciais sem licitação. A autorização está prevista para um prazo de 30 a 45 dias. O representante da comunidade relatou que não há possibilidade de novas crianças serem relocadas para outros colégios da região, pois todos estão lotados e ainda convocou a união das mães dos estudantes prejudicados para fortalecer o movimento.
Aproveitando a presença dos engenheiros, que farão uma visita técnica ao CSU, a defensora Fabiana marcou uma reunião nesta sexta-feira (15) com as mães dos estudantes prejudicados para encontrar uma solução, de acordo com o parecer técnico apresentado.