COMUNICAÇÃO

Esclerose Múltipla é tema de roda de conversa na Defensoria Pública

30/08/2018 17:45 | Por Luciana Costa - DRT 4091/BA (texto e fotos)

O tema já tinha sido objeto de palestra para os assistidos da CAJ I

Dificuldades para andar, enxergar ou ler são alguns sintomas que podem ser causados nas pessoas que sofrem de Esclerose Múltipla. A doença neurológica, crônica e autoimune – que ataca o sistema nervoso central provocando lesões cerebrais e medulares, foi tema da roda de conversa que aconteceu nesta quinta-feira, 30, no auditório da Escola Superior da Defensoria Pública do Estado da Bahia – Esdep.

“A Defensoria tem um Núcleo de Tutela à Saúde Pública que funciona no Jardim Baiano. Nessa atuação, identificamos grupos que podemos fazer atividades para que sejam feitos esclarecimentos em relação a algumas temáticas. É importante deixar bem claro que após a ação de hoje, em parceria com as secretarias municipal e estadual de saúde, iremos discutir de que forma podemos melhorar o acesso à saúde das pessoas com esclerose múltipla”, disse o subcoordenador da Especializada Cível e de Fazenda Pública da DPE/BA, Gil Braga.

Diagnosticada com Esclerose Múltipla há nove anos, Cleide Teixeira, descobriu a doença após passar um mês sem a visão do olho esquerdo. De lá pra cá, Cleide conta que tem conseguido viver normalmente sem a ocorrência de surtos, que representa o surgimento ou agravamento de um sintoma neurológico. Segundo ela, embora o seu diagnóstico tenha sido rápido, o acesso à medicação foi demorado.

De acordo com o neurologista e professor da Universidade Federal da Bahia – Ufba, Ailton Melo, pessoas que moram em locais mais frios estariam mais vulneráveis ao problema uma vez que em países como a Alemanha, por exemplo, existam 300 casos para cada 100 mil habitantes quando, na Bahia, a proporção é de cinco para cada 100 mil habitantes. O médico ainda explicou que o sol e as condições sanitárias funcionariam como uma proteção.

O neurologista Thiago Fukuda falou sobre os desafios no tratamento e destacou que é muito importante para esses pacientes um apoio multidisciplinar: “Eles precisam de acompanhamento de neurologista, fisioterapeuta, fonoaudiólogo, terapeuta ocupacional e psicólogo”.

A psicóloga Aída Baruch, que também participou da roda de conversa, reforçou a importância do trabalho de uma equipe multidisciplinar e explicou como as pessoas lidam com o fato de ter o diagnóstico da doença confirmado. “Tem a negação que é o primeiro estágio que  significa a ação de se recusar a aceitar a realidade; há a raiva quando se questiona o motivo daquilo estar acontecendo com ela e isso pode desencadear uma depressão”.

DEFESA NO ACESSO À SAÚDE

A DPE/BA vem trabalhando com grupos específicos com o objetivo de garantir o acesso à saúde.  Mães e pais de crianças com microcefalia são atendidos nos mutirões da ONG “Abraço à Microcefalia”. Na ocasião, as questões jurídicas são encaminhadas aos defensores públicos com suas respectivas demandas. No início do mês, foi realizada uma audiência pública promovida pela Defensoria Pública da Bahia, para debater sobre o Lúpus, uma doença autoimune, multisistêmica e caracterizada pela produção de auto anticorporpos.