COMUNICAÇÃO

Estudante brutalmente espancado faz exame de corpo de delito após intervenção da Defensoria

10/03/2014 19:57 | Por

No início da tarde desta terça-feira, 04, acompanhado da defensora Marta Torres, o assistido Jatel da Silva Barbosa, de 22 anos, chegou ao Instituto Médico Legal para fazer um exame de corpo de delito. Mas o caminho até aqui não foi fácil. Hoje de manhã ele procurou a Defensoria Pública para pedir ajuda e foi recebido pela subcoordenadora da Especializada de Direitos Humanos, Bethânia Ferreira. O caso do estudante chamou a atenção pela brutalidade.

Na madrugada de sábado para domingo, Jatel saía de uma boate no bairro do Rio Vermelho, onde trabalha, e seguia para o ponto de ônibus quando foi abordado e violentamente agredido por dois homens. Enquanto aplicavam uma sequência de socos e chutes, eles gritavam que a vítima tinha que morrer porque era homossexual. O estudante não sabe dizer quanto tempo ficou apanhando e que chegou a pensar que seria morto pelos agressores. O espancamento só chegou ao fim depois que um rapaz que passava pelo local interveio e pediu que os homens fossem embora.

Jatel conta que ligou para o pai e os dois seguiram para a 7ª delegacia, no bairro do Rio Vermelho, mas encontraram as portas fechadas e foram para o HGE, onde ele foi atendido e liberado. Na tarde do domingo ele voltou à delegacia, prestou queixa mas não recebeu a guia para realizar o exame de corpo de delito, que é o procedimento comum em casos como o dele.

Chegando na Defensoria, Jatel foi orientado pela defensora Bethânia Ferreira. Imediatamente ela enviou um ofício à delegada titular da 7ª delegacia, Dra. Jussara Souza, pedindo que a guia para o exame fosse expedida e para a diretora do IML, Dra. Ana Maria Rolim, encaminhando o caso. "Agora cabe à delegada iniciar as investigações e tentar identificar os autores dessa agressão. Temos indícios muito fortes de que trata-se de um crime de homofobia", avalia.

Bethânia faz um alerta para as pessoas que sofrerem qualquer tipo de violência motivada pela orientação sexual, ela destaca a importância de denunciar o caso à polícia e às instituições que atuam na defesa do público LGBT. "Essas pessoas sofrem agressões de todo tipo e, muitas vezes, não buscam ajuda seja por desinformação ou por não acreditarem que a situação vai ser resolvida, que os culpados serão punidos".

A Especializada de Direitos Humanos presta atendimento o ano inteiro, de segunda a sexta-feira, de 08 às 17h, na unidade do Canela (Rua Pedro Lessa, 123). Os defensores atuam em situações que envolvem casos relativos a grupos vulneráveis. Durante o carnaval o plantão acontece no Canela entre 09 e 21h e na quarta-feira de cinzas, de 09 às 18h.