Centenas de estudantes e seus familiares faziam fila no Colégio Estadual Mário Augusto Teixeira de Freitas no bairro de Nazaré no começo da manhã deste domingo, 20. Eles aguardavam a abertura dos portões para realizar a prova do concurso para estagiário de nível médio e nível médio técnico da Defensoria Pública do Estado da Bahia – DPE/BA.

Acompanhado da mãe, o estudante Ian Gonçalves, 16, se demonstrou confiante antes de ingressar para o exame. “Minha expectativa é fazer uma boa prova, dar orgulho para minha mãe, e tenho fé de que vai dar tudo certo. Já estou acostumado com os assuntos que devem cair na prova como matemática e as questões de conhecimento geral que cobrem o dia a dia da dos acontecimentos que vem acontecendo”, afirmou.

Para Sarah Adriele, 16, que cursa ensino médio técnico em administração, um possível ingresso na Defensoria poderá responder a escolhas de questões práticas muito definidas. “Eu espero passar porque em meu colégio eu preciso ou fazer um TCC ou um estágio para ganhar o certificado de que fiz o curso de administração. Então prefiro fazer o estágio que o TCC, até porque o estágio oferece uma remuneração que ajuda bastante”, comentou.

Outra estudante que demonstrava confiança era Luma Nunes, 16. Prima de uma servidora da Defensoria, a estudante se revelou afiada sobre uma das missões da Instituição. “Estou confiante para a prova, a gente tem que mirar no que quer e se esforçar por isso. Os defensores trabalham para ajudar as pessoas que não tem condições de bancar um advogado, pessoas desamparadas e isso é algo muito importante”, disse.

A defensora e diretora da Escola Superior da Defensoria – Esdep, Soraia Ramos, explicou que o edital foi aberto para inicialmente vir a preencher 70 vagas na capital baiana. “Acontece que a Defensoria está crescendo muito e a necessidade pode ser maior e outros candidatos que ficam no cadastro de reserva podem vir a ser chamados”, observou.

De acordo com Soraia Ramos, o trabalho do estagiário é antes de mais nada um trabalho de aprendizado. “Nossos estagiários aprendem a lidar com o ser humano, a assumir responsabilidades. É um trabalho de aprendizado que exige que se tenha a formação de saber respeitar o outro. Quando eles estão recebendo os assistidos, por exemplo, precisam saber tratar com cuidado e educação estas pessoas que são seres humanos que precisam desta atenção e até mais por conta do perfil de carências das pessoas a quem servimos”, acrescentou.

A prova
A estudante Raíssa Oliveira, 16, que buscava uma vaga de estágio de nível médio técnico em administração, não pensa diferente. Ela que terminou a prova em pouco mais de uma hora comentou sobre o exame e, estimulada, sobre o tema do respeito. “A prova não estava difícil, estou confiante. Acredito que o respeito é o começo da solução de todos os problemas. Quando você tem respeito pelo próximo, tudo melhora”, disse.

Elaborada pela Fundação CEFETBAHIA, responsável pela realização do concurso, a prova foi composta de 40 questões de múltipla escolha. Sendo 20 questões de Português entre conhecimentos de gramática e interpretação de texto, 10 questões de matemática e raciocínio lógico e 10 questões de conhecimentos gerais sobre importantes acontecimentos e processos da atualidade.

Foram 1.783 candidatos inscritos com 359 abstenções, um percentual aproximado de 20% de ausentes. As provas foram realizadas ainda no Colégio Estadual Odorico Tavares e no Colégio Estadual Ruy Barbosa.

Coordenador de concursos da Fundação CEFETBAHIA, Maurício Mascarenhas disse que já nesta segunda-feira 21 será divulgado o gabarito oficial do exame. “Todos realizaram a mesma prova. Amanhã [segunda] a gente divulga o gabarito, na terça se pode ingressar com recursos contra as questões, a banca tem um tempo para analisar estas possíveis reivindicações e entre o final de outubro, começo de novembro, sai o resultado final”, explicou.