COMUNICAÇÃO
Exposição registra cotidiano de moradores em situação de rua
No próximo domingo (19) é o Dia Nacional da Luta da População em Situação de Rua. Em última pesquisa realizada pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (2008), somente em Salvador foi constatado que existem aproximadamente quatro mil moradores nessa situação. Para elaborar o plano municipal da política da população de rua, a Defensoria Pública da Bahia, em parceria com a vereadora Vânia Galvão e o Movimento da População de Rua, realiza amanhã (14), uma audiência pública no auditório do Centro Cultural da Câmara de Vereadores, em Salvador, às 9h. Na oportunidade, será lançada a Exposição do fotógrafo Fernando Rodrigues "Um novo olhar sobre a População em Situação de Rua", que percorrerá praças da cidade, retratando a vida de pessoas que vivem cotidianamente nas ruas da capital baiana.
Por meio do trabalho desenvolvido pela Especializada de Direitos Humanos da Defensoria Pública junto ao Movimento da População de Rua, 203 pessoas já foram inscritas no Programa Minha Casa Minha Vida; 60 foram contratadas como trabalhadores da construção civil em diversos empreendimentos, dentre os quais destaca-se o Consórcio da Arena da Fonte Nova; 80 pessoas receberam capacitação para cursos técnicos profissionalizantes; 40 pessoas foram capacitadas para profissão de garçon e mais 40 participam do projeto de inclusão digital. De acorodo com a defensora pública Eva Rodrigues, que atua na Especializada, diante da atuação voltada para esse público, muitos moradores foram qualificados profissionalmente, hoje têm um trabalho e resgataram sua dignidade", salientou.
Exposição
Criativa e de forma original, a exposição busca resgatar a dignidade e valorizar a auto-estima daquelas pessoas que são "invisíveis" aos olhos da sociedade. "Pretendemos demonstrar que a pessoa em situação de rua é gente como a gente, que trabalha, sorri, tem sonhos, passa por dificuldades, chora, passam por frustações, cai e levanta, sente vontades, desejos como todas as outras pessoas", declara a defensora pública.
Outro objetivo é desestigmatizar pessoas que cometeram delitos, o usuário de substâncias psicoativas, o pedinte, miserável, que precisa de comida e cobertor, mostrando, inclusive, que muitos deles já seguiram outra trajetória e saíram das ruas. "São pessoas que têm uma história de vida, que a gente vê, embora nem sempre enxergue o que elas realmente têm para demonstrar", disse a defensora pública salientando que elas precisam, acima de tudo, de uma oportunidade.
Quem visitar a exposição poderá apreciar ainda a mostra de artesanato e artes plásticas elaboradas pelos moradores. Na próxima quarta-feira, dia 15, a exposição será montada na Praça da Piedade e, no dia seguinte (16), na Praça do Campo Grande. No dia 17 será apresentada na Secretaria da Justiça e Direitos Humanos e, no dia 18, segue para a Praça da Sé, em Salvador.