“Esse é um momento em que todo mundo se une num objetivo só: a fé”. Foi assim que Marizilda Carvalho Félix descreveu enquanto participava dos festejos da Lavagem do Bonfim. A tradição mantida há 278 anos voltou a acontecer nas ruas da Cidade Baixa, em Salvador, nesta quinta-feira, 12, após o hiato de dois anos causado pela pandemia e reuniu milhares de fiéis no cortejo da Igreja de Nossa Senhora da Conceição da Praia e a Igreja do Bonfim.

Enquanto católicos e candomblecistas agradeciam e celebravam as divindades, a Defensoria Pública da Bahia – DPE/BA marcou presença no festejo para reafirmar seu papel constitucional de instrumento e defesa do regime democrático e compromisso com a garantia dos direitos previstos na Carta Magna, em especial a liberdade religiosa que dá a tônica da segunda maior manifestação popular do estado.

“A Defensoria Pública veio trazer, mais uma vez, uma mensagem pela democracia. Este ano, falamos de democracia tanto no aspecto religioso, de respeito e combate à intolerância, quanto de respeito ao voto do povo, às escolhas populares e às instituições”, explicou o defensor geral da Bahia, Rafson Ximenes. Essa foi a 13ª vez que a instituição participa da festividade.

O retorno da bicentenária manifestação popular acontece na mesma data em que DPE/BA reafirma seu compromisso antirracista e constrói mais um avanção na sua estrutura organizacional para combater a desigualdade. No Diário Oficial de hoje foi instituído o Núcleo de Equidade Racial, ao qual compete fomentar, monitorar e avaliar a Política de Promoção da Equidade Racial e Enfrentamento ao Racismo da DPE/BA.

Já nas ruas, o compromisso com a garantia de direitos foi expresso através das mensagens levadas ao festejo. “Jesus ou Oxalá, tem que respeitar”, “Sempre ao lado da Democracia. Defensoria pelo respeito ao voto do povo” e “Defensoras e defensores públicos: acesso à justiça e cidadania na Lavagem do Bonfim” diziam as faixas carregadas pelo cortejo verde e branco, que caminhou os 8km do percurso da segunda maior manifestação cultural do estado.

Os objetivos da DPE/BA e da Associação de Defensoras e Defensores Públicos da Bahia (ADEP-BA) eram os de promover a defesa da democracia, da diversidade religiosa e da valorização da carreira.

“Nos unimos pelo fortalecimento da democracia e do compromisso com o acesso à Justiça. Por esse objetivo, a gente vai estar sempre aqui em todos os tempos. Nós todos, defensoras(es) e instituição, que se combinam e é simbiose, temos que estar nesse caminho para fortalecer os nossos propósitos”, ressaltou a presidenta da ADEP/BA, Tereza Cristina Ferreira.

Também presente no festejo, a ouvidora-geral da DPE/BA, Sirlene Assis, reforçou a importância da presença da instituição participar do festejo em defesa da democracia, da pluralidade religiosa, do estado laico, da igualdade e justiça. “A Defensoria é sinal de esperança e de amor na sociedade, movendo o Sistema de Justiça com as bençãos de nosso pai Oxalá e Senhor do Bonfim”, descreveu.

Jaguaraci de Araújo, que trabalha há mais de 10 anos na Defensoria e participou do festejo, destacou a importância de defender o regime democrático. “Nós somos guardiães da democracia e temos o dever de cumprir o que foi dito na constituição”, afirmou.

*Colaboraram: Rafael Flores, Thais Faria, Isadora Sarno e Tunísia Cores.