COMUNICAÇÃO

Formação profissional para mulheres em situação de rua é tema central de Webnário

16/08/2021 11:04 | Por Felipe Farias - estagiário, sob supervisão de Arthur Franco

Encontro virtual realizado pela DPE/BA reúne convidados para abordar implantação de direitos sociais para está parcela da população

Elas estão entre as minorias – 15% a 20% da população em situação de rua no Brasil são mulheres. Mas são as principais vítimas de violência contra este grupo da população segundo estimativa do Ministério da Saúde. E foi pensando em ampliar o conhecimento teórico, técnico e específico na abordagem dessa parcela da população que a Defensoria Pública do Estado da Bahia promoveu o  IV Webinário ‘Boas práticas na implantação dos direitos sociais para a população em situação de rua’, com a temática ‘Direito à formação profissionalizante para mulheres em situação de rua’.

O encontro, realizado no dia 12 de agosto, foi idealizado e executado pelo Grupo de Estudos e Pesquisa População em Situação de Rua, Cidadania e Direitos Humanos – GE Pop Rua da DPE/BA. De forma virtual, os participantes debateram a inclusão socioeconômica das catadoras de rua; as estratégias de sobrevivência na e da rua e, ainda, sua luta pela inclusão produtiva, assim como as ações da Secretaria Estadual do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (SETRE) voltadas  para a população de rua.

O Webinário teve mediação da coordenadora da Especializada de Direitos Humanos da Defensoria, Eva Rodrigues, e contou com a participação das palestrantes Annemone Santos, coordenadora do Fórum Estadual de Catadoras e Catadores de Rua e em Situação de Rua do Estado da Bahia; Sueli Oliveira, coordenadora do Movimento Nacional da População de Rua na Bahia; Kadine Santos, coordenadora estadual da Rede Sinebahia e Márcia Teixeira, promotora de Justiça e coordenadora do Conselho Nacional de Direitos Humanos.

Para a defensora pública Eva Rodrigues, o encontro foi um espaço de construção e troca de ideias. “Sabemos que numa perspectiva de interseccionalidade as mulheres em situação de rua estão hipervulnerabilizadas, tendo vulnerabilidades em cima de vulnerabilidades. Então, temos de pensar em saídas que possam permitir a emancipação dessas mulheres, para que elas possam ter uma renda, uma autonomia financeira, que é especialmente importante dentro do contexto de uma mulher que está em situação de rua”.

Eva Rodrigues destacou ainda que é importante pensar nos próximos passos, tomando como base outras oficinas realizadas no passado, que foram muito bem sucedidas em incluir pessoas em situação de rua no mercado de trabalho. Segundo a mediadora, outro estigma que é necessário se quebrar é, justamente, que pessoas que estão em situação de rua não trabalham. “Quando se começa a trabalhar com população de rua e se realizam as pesquisas é que pode-se perceber que um elevado número desta população realiza atividade remunerada”.